Eu estou frustrada. Não é uma frustração grandiosa, merecedora de extensas lamentações e grandes teorias. Mas incomoda um pouquinho.

Estou expatriada, sim, mas ainda não estou louca. Não faço questão nenhuma de me cercar de brasileiros, de comer feijão preto todos os dias, nada disso. Até porque tenho um marido que fala português comigo e posso ligar para minha prima belezinha e pros meus pais quando eu quiser. Como ela disse: eu não estou aqui para fazer amizades com pessoas – só porque são brasileiras – de quem eu não seria amiga em outras circunstâncias. Isso esclarecido, conto que me dispus a formar um grupo de brasileiros. Na minha cabecinha Dory-otimista, esse grupo seria para que os nossos amigos estrangeiros aprendessem português, para que os que estão aqui há mais tempo dessem perspectiva aos que acabam de chegar, e para que nunca mais tivéssemos que fazer cara de pôquer quando alguém diz: “ah, você é brasileira? Conhece o João, da Computação? E a Maria, da Engenharia?”. Armei o grupo, com listinha no Yahoo e tudo. Foi chegando gente, quase 30 pessoas inscritas, mas nos encontros quinzenais aparecem 3, 4, no dia de sucesso estrondoso (uma vez só) apareceram 10. Há algumas semanas tem aparecido pouca gente, e ontem eu e Gastón ficamos tomando chá de cadeira. Fora os abusos, claro. E os desentendidos. Por exemplo, parece que não fui bem clara sobre a idéia: a lista do Yahoo manda lembretes no dia do encontro, mas ainda assim tem gente que me manda email perguntando se vai ter, e se eu não respondo não vai. Tem gente que acha que só porque sou eu que organizei o grupo eu sou a “chefe” de alguma coisa, ou, pior, tenho que escolher o sabor da pizza, pedir, pagar, pedir a conta e fazer a divisão. Essas coisas me deixam furibunda. Se há uma coisa que detesto é ser tomada por boba, ou ser tida como certa (no sentido de taken for granted, desculpe, faltou a tradução precisa).

Agora cancelei os próximos encontros, sem fazer o escândalo que queria fazer. Sim, porque a última coisa de que preciso é que pensem que me fazem um favor. Eu achava que estava eu a fazer o favor, mas tonta, sem que ninguém me pedisse. Nunca mais.

Nunca tinha me ocorrido ler a Bíblia online.

Cheque seu contador de acessos. Meu provedor aparece 56 mil vezes embora você não tenha postado nada novo?

Isso significa que eu tenho que trabalhar mas não quero!!!

Me a-lembrei:

Demorei a entrar aqui e esqueci… O que ia dizer… Que que era mesmo???

Acho que tô virando a Dory de verdade!

Só pra mim que o msn está dando chabu??

Tem um professor bonitinho no departamento, que tem os olhos azuis e parece um pouco com o Haroldinho, mas a voz, meu Deus, que voz horrível. Tem voz de pito.

Que chato.

Ai, que dor lembrar das coisas que se foram nos ex-namoros. Aquele livro, aquele disco, aquela cafeteira italiana que era da sua mãe e ela ainda não te perdoou. Estou quase cedendo à tentação: “alô, tudo bem? Na verdade eu não quero saber, mas se você ainda tiver minhas coisas será que dá pra juntar tudo numa sacolinha e levar à minha casa??”

I’ve got the world on a string

I’m sitting on a rainbow

Got the string around my finger

What a world, what a life – I’m in love

I’ve got a song that I sing

I can make the rain go

Any time I move my finger

Lucky me, can’t you see – I’m in love

Life’s a wonderful thing

As long as I hold the string

I’d be a silly so-and-so

If I should ever let her go