Clima é tudo.

Tem coisa que a gente passa a vida inteira tentando explicar e não consegue. Clima, por exemplo. No sentido de ambiente. Dito assim parece uma coisa esotérica, mas não é, é quase palpável. A casa da avó tinha um clima só dela, irrepetível. A Moradia tinha outro, idem. Apartamentos velhos no Flamengo ou nas Laranjeiras são fábricas de clima, principalmente em tardes de verão. Árvore do lado de fora, barulho na rua: tudo contribui. Se da janela se vê o Corcovado, melhor ainda.
Depois tem as gentes. E tem festas e festas. Tem aquela em que todo mundo tá te esperando. Tem as em que você chega como convidado do convidado, era pra ter 12 pessoas e tem 40. Não é festa estranha com gente esquisita, mas se fosse tudo bem. É festa com liga. O ambiente, o toque, a música, familiaridade.
Pode ser que eu não tenha dormido e que esteja difícil escrever assim, digamos, por motivos externos (motivos externos querendo que eu vá dormir, diga-se a verdade). Mas essa lua e esse conhaque me deixam com uma baita saudade de um par de climas. Que eu não consigo explicar.