Nevou de manhã em Blacksburg, uma neve fora de época, esquisita para abril. Amanhã as 33 pessoas que morreram no campus da Virginia Tech vão ter nomes, rostos, histórias, e a tragédia vai continuar, e os relatos, e o luto. Talvez até saibamos o que motivou o crime.
Apesar de ter seguido o noticiário o dia inteirinho e não ter conseguido me concentrar em mais nada, os poucos vídeos de cobertura ao vivo que vi (online, porque não tenho tv) mostravam a toda hora uma filmagem feita por um telefone celular de um aluno. Quarenta e tantos tiros, em repetição igualmente espaçada. Violência é uma coisa que entra pelos poros e anestesia. Quando a violência me alcança em imagens e sons – mesmo que de mentirinha e mais ainda de verdade – sinto que minha alma definha aos poucos. Lendo ainda posso sentir pausado.