Atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu

Agora, sim, objetivamente. Passei um carnaval absurdamente divertido. Fui a alguns blocos, já que – dizem – houve um renascimento do carnaval de rua do Rio de Janeiro nos últimos quatro anos. Não brinca!
Brincam uns dez blocos por dia em toda a cidade, e as pessoas nem pensam mais em viajar, e assim as ruas ficam cheias. Programa de índio, mas quem não quer viver pelado pintado de verde uma vez na vida? Se por um lado as almas mais sensíveis reclamam do calor, da chuva, das pessoas suadas, dos ambulantes e suas cervejas nem sempre geladas, da falta de banheiros químicos, do trânsito infernal e de eventuais furtos (carteira, celular e câmera, pra começar), por outro lado há animação de sobra, fantasias divertidas, um clima em geral pacífico, gente bonita (o bloco no Jardim Botânico e o de Santa Teresa foram campeões nesse quesito, o da Lapa também não fez feio), marchinhas antigas, plumas-paetês-e-glitter, confete-e-serpentina, e uma sensação de redescoberta do Rio.
As amigas e seus amigos e os amigos desses constituíram uma turminha que, ao serpentear entre a multidão, me deu mais vontade de sair pulando por aí e me deixou mais "soltinha" (no meu parecer) ou "descontrolada" (no de outrens). Domingo teve dois blocos e quase que o ônibus da cantoria nos leva ao terceiro. Terça foi o dia do maior exagero: foram doze horas de folia. Considerando que eu já estou além da média de idade da juventude carioca bem-nutrida, a minha sobrevivência – atestada neste post – é motivo de orgulho. O ano começa bem e há ainda algum brilho em minha vida.