O Dudu postou a frase que a minha prima tinha me dito:

“Casar com a pessoa errada é como pegar um carrinho com defeito no supermercado. Você empurra de um lado, empurra de outro, mas às vezes não tem jeito: tem que trocar.”

Meu carrinho vai bem, obrigada.

Ok, então nós podemos falar mal dos americanos, porque eles são capitalistas nojentos, ignorantes, neuróticos e patéticos, certo? E todos eles votaram no Bush, claro. E apóiam incondicionalmente o seu presidente.

Vamos também falar mal, mas bastante mal, ofensivamente mal, dos argentinos. Nenhuma ofensa é forte o bastante para eles, que são metidos, arrogantes, violentos no futebol e nossos eternos rivais. Certo?

Pra mim tá errado. Não sei por quê. Tenho a impressão – vai ver que eu é que estou errada – de que isso é ódio. É generalizar. É ser ignorante, no sentido mais abrangente da palavra: ignorar as exceções, por exemplo. Se quisermos, sempre teremos uma desculpa pra falar mal dos outros países. Mas isso é sentar no rabo e achar que o Brasil é o melhor de tudo, ou não: podemos também falar mal dos outros e falar mal de nós mesmos, destilando até a última gota de veneno e amargura. Sem dispensar, claro, aquela dualidade maravilhosa, que nos permite falar mal de umas coisas e exaltar outras desbundadamente, como se as qualidades e os defeitos de uma pessoa, de uma família, de um país ou o que quer que seja não estivessem costurados todos juntos num embolado só.

Eu é que tô cismada, deixem pra lá.

Eu, até setembro.

Lembrei aquela vez que minha mãe foi me ver em Campinas. Eu disse: “Mõe, tô apaixonada!”. Depois que falei, achei que não tinha que ter falado. Eu estava comprando uma briga gigante com o meu pai naquela época, minha mãe como sempre no meio, de pára-raios, por quê ela quereria saber se eu estava apaixonada? Mas ela respondeu “Que bom, minha filha!”. “Como assim, ‘que bom’???”

E a resposta dela:

– A vida é muito difícil pra gente não estar apaixonada. Estando, ajuda.

Minha mãe é o máximo.