Bem resolvida! Quem não me conhece que me compre. Bem resolvida, o mal-resolvido repito e repito, em pensamento e em papéis soltos, como migalhas de Maria e tantos Joões. Para achar o caminho de volta (e acho), para dizer olha: estive aqui, longe, perto, perto de novo. Arqueóloga sentimental, invento coincidências, telepatias, mastigo respostas, guardo imagens — daquela cama vejo a janela, alguém em pé me olhando, vejo o gesto, o corpo, sei tudo de cor. Depuro a lembrança até não lembrar, até achar que inventei, me trazem de volta o storyboard completo, acrescido de alguma ficção (talvez). Vou procurar as pistas do que fui e fiz, Deus! como pensei. Ninguém sã tem memória assim, ninguém gesta sentimento com tanto afinco, mas bueno, aqui chegamos, a escrita não dá conta, a birita não dá conta, só olhar, olha como ela te olha, só olhar e escrever, é o que me resta.