Nina, Ysaye, Maya.

É difícil explicar o que amo tanto nessas mulheres. Não é a cor da pele que me emociona, pelo menos não nelas. Também não é a história de vida, isoladamente. É ver que centenas de anos se condensam em algumas pessoas e se traduzem em tudo o que fazem, da voz às vestes, e ter inveja do sentir, da expressão, da majestade dos gestos.

Nina Simone eu passei a admirar depois de um filme em que a protagonista era sua fã. Banal, eu sei. Mas ela de banal não tem nada.

Ysaye Barnwell deu aulas de coral comunitário focadas na tradição oral afro-americana. As canções que ensinou fizeram caminho até mim e antes que eu pudesse perceber se instalaram com suas palavras de liberdade. Ela é parte do grupo Sweet Honey in the Rock, cujo nome é uma descrição das mulheres negras: duras por fora e doces por dentro.

Maya Angelou me acompanhou no metrô nos últimos tempos contando histórias de sua infância. Ela trata de assuntos pesados com leveza e profundamente. Eu gosto do jeito como ela escreve mas é também porque consigo imaginar o jeito como ela fala.

Ver, ouvir e ler a essas três mulheres me inspira para que eu seja, se não mais negra, pelo menos mais sábia. Oxalá!