Assisti a Before Sunrise/Before Sunset de uma tacada só, no dia 16 de junho que é o dia em que Celine e Jesse deveriam se encontrar novamente.
Poxa, eu também queria me encontrar novamente. Ou encontrar novamente todas as pessoas em quem eu pensei durante o filme. Não foram poucas.
Vêem as fotos aí acima? Uma loira, outra morena, Paris e Rio (na foto, pelo menos), mas o mesmo jeito doce, inteligente, às vezes um pouco Iansã, passional, alguma coisa no sorriso, no olhar, no levar o cabelo para trás do pescoço. E eu fiquei pensando quando é que ela vai andar por Paris com um sósia do Ethan Hawke a tiracolo. Torcida não falta.
Depois vi o tanto que aqueles dois conversam sem legendas, e com o resto da audiência discutimos se é isso mesmo que faz um relacionamento, se isso dura. Dura? Como é que funciona mesmo?
E andar por Paris, andar por Montreal, andar por New York, até pelo centro fedorentinho do Rio e pela Paulista com seus arranha-céus, tudo isso depende de companhia, não venha me dizer que não, claro que depende, deixe-me ir preciso andar…
Talvez o grande lance dos filmes seja que eles falam tanto, mas taaaanto, que em alguma coisa todo mundo se identifica, o medo da morte, o primeiro beijo, a vontade de conexão, algo aí ressoa dentro invariavelmente.
Também a passagem do tempo, como em outros filmes, traz a velha questão da mudança e identidade. Quem era aquela pessoa que há tempos atrás via uma igual a mim no espelho mas acreditava em coisas completamente diferentes?
Só eu, de qualquer modo, não sou o mesmo, e isto é o mesmo também afinal.