Só a bailarina que não tem (nem a cantora)

Antes de ir para Ouro Preto fui ao Centro Cultural Carioca para ver a cantora Letícia Tuí.  Me dei conta de que quando vejo uma mulher com um vozeirão, sorridente-e-rebolante em cima de um palco, cantando sambas de outros tempos, fico achando que a cantora é como a bailarina da ciranda. Não tem problema com namorado, não tem pereba, não tem problema, é só aquilo ali, comandando o batatal desde sempre. Racionalmente sei que não é assim, mas essa é a minha fantasia de criança, como meninos sonham com caubóis e astronautas eu tenho as cantoras como heroínas.

Em Ouro Preto, no último dia da convenção, veio a banda Tamba Tajá, só de mulheres, com um repertório maravilhoso. Teve argentino sambando no pé e paraguaia achando que era brasileira. Aliás, a percussionista da banda é uma argentina que mora no Brasil há seis anos e já não fala mais espanhol, muito linda também.

Agora dá licença que eu vou ali ao único palco que me aceita – o chuveiro. Aaaaaando meio desligaaaaaadooooo…