My very own Ya-Ya Sister and my very own Rupert Everett.

A minha Ya-Ya Sister, também conhecida como "eu, há uns anos atrás", foi embora daqui ontem e eu já estou morrendo de saudades. Eu a conheci há uns quatro anos, quando ela entrou no meu laboratório se oferecendo como assistente. Se ela fosse inteligente como o currículo dizia, ia ser muito bom. Ela era isso e mais, virou amiga e logo estávamos conversando sobre coisas aleatórias ou nem tanto em meio a vidrinhos e tubos de ensaio. O trabalho terminou e continuamos amigas, mas não nos víamos tanto. Saímos umas poucas vezes em DC (nunca pra dançar) e a cumplicidade do lab se transferia para a mesa de bar facilmente. Ela sempre gostou da cultura brasileira, embora falasse só espanhol (e inglês e farsi), então quando eu disse que vinha ela se arvorou logo a comprar uma passagem, antes mesmo que eu chegasse aqui. A visita dela foi melhor do que todos os planos, e olha que ela fez milhares de planos. Apesar de eu estar trabalhando e não poder sair com ela durante o dia, a minha 'maninha' se deu super bem com a minha família e com os meus amigos (até demais: ela adorou minha irmã e eu descobri que o inglês de alguns amigos é bem melhor do que eu desconfiava). Entramos num ritmo que parecia um sleepover adolescente, dividíamos o mesmo computador ao mesmo tempo e fofocávamos até tarde antes de dormir. Saímos agora no fim da visita e voltamos tarde 3 noites seguidas – em uma dessas vezes surpreendemos meus pais já acordados e de saida. Lógico que agora estamos as duas (e quem mais conseguiu entrar no ritmo) ultra cansadas e cheias de trabalho para fazer, mas valeu a pena. Essa é uma amizade que nunca mais será a mesma.

Uma dessas saidas do fim de semana foi com um amigo que estudou comigo na sexta série. Justamente na época em que minha mãe começou a me deixar ter o cabelo comprido, aí pelos 12, 13 anos, eu tinha o cabelo enorme e às vezes prendia num rabo de cavalo bem apertado pra ficar bonitinho (sim, eu era cdf). Esse menino, que era um magricela beeem espevitado, vinha e puxava meu cabelo no alto da cabeça, bagunçando todo o penteado. Pensando nisso eu jurava que ele devia gostar de mim, só podia, nessa idade. Corta pra uns anos depois, o tal do orkútio faz a gente se encontrar de novo. As fotos do moço tooooodo musculoso já me deixaram curiosa para saber quem ele era e o que estava fazendo. As menções sobre a Madonna me deixaram, digamos, me rasgaaaando de curiosidade mais ainda. Ano passado encontrei com ele por acaso, na rua, sempre aquela história de "vamos sair, etc". Agora finalmente saímos, e fomos dançar. Primeiro: olhava para aquele homem alto e gato e ficava embasbacada, imagina o filme da Peggy Sue se ela vem de lá pra cá, sabe? Demorou um tempão pra eu sair do torpor – essa amizade nuunca mais será a mesma. E segundo: ele tem um senso de humor incrível e um veneno muito apurado, que combina com o meu. Voltei com um papel de guardanapo que anotei em cima do bar com a caneta emprestada do garçom: se a p&**$ do click não acontece, pelo menos a p&**$ da legenda não faz falta nenhuma. Duas piadas internas em uma. Estou doida para sair mais vezes com o meu Rupert Everett… Ah, se ele gostava de mim? Quando eu insinuei isso ele soltou um "eu devia estar muito confuso naquela época".