Depois do último post várias pessoas me vieram contar sobre sua relação com o Rio. Eu, por minha vez, descobri que minhas casas são mesmo as pessoas. Esta é a primeira vez que me mudo sem ser à moda caramujo. Por pudores de falar sobre tais casas onde me aninho e colos onde faço morada – assunto para quando tiver mais coragem e idéias organizadas sobre salas de estar, cozinhas e sobre correr nua por corredores – vou falando dos lugares por onde passo e descrevendo as descobertas de meu namorinho com o Rio.
Hoje a aventura foi sair pelo Centro em busca de amarras invisíveis (fios de nylon, para os menos poéticos). Surpreendentemente achei meus caminhos auxiliada pelas instruções de jornaleiros e do senhorinho simpático da Papelaria Charme do Castelo. Cheguei ao destino e o rádio da Casa Cruz anunciava com a voz da Bethânia “…então tá tudo dito e é tão bonito e eu acredito num claro futuro…”. Ultimamente até as cartas de tarô debocham de mim, por que não o rádio?
Achei o que procurava. Voltei feliz e encontrada, adivinhando nas esquinas, ruelas e portas de lojas um Rio intrincado, bonito, misterioso, contraditório e apaixonável, de que posso usufruir com calma sem necessariamente me dispor a comprar a escritura de um comércio na rua da Alfândega. Tudo o que eu queria.
Alguém já disse isso em outro post, mas você anda muito inspirada. Quero brincar disso também!
estou adorando isso daqui!
e, realmente, os últimos têm um tom poético.
“será por quê?”
eu tenho uma relação de amor e ódio com as ruas do centro.
assim como gosto do comércio popular, me vejo arrastando passos vagarosos tentando atravessar o mar de gente q circula por ali.
mas, com calma, andar no centro tem muitas vantagens.
beijos.