Ainda aprendo a…
- cantar
- conduzir uma entrevista
- dirigir
- assoviar alto colocando os dedos na boca
- cozinhar
- fazer maquilagem decentemente
- falar francês
- usar bem o wordpress
- dançar
- fazer tricô
Me ensina?
Convoluta e Paramétrica
Ainda aprendo a…
Me ensina?
Minha idéia para o dia da ação é uma não-ação.
Não compre.
Não compre a idéia de que para ser melhor você tem que comprar alguma coisa. Não compre tudo em que as propagandas querem que você acredite. Não compre um modelo pronto para a sua vida, com carro, casa e criança. Não compre tudo o que aparecer pela frente, não compre embalagens pelas quais você paga mais do que pelo produto, não compre marcas e grifes. Não compre roupa que não vai usar, não compre coisas que só servem para dar status e mostrar que você é melhor que o resto. Não compre o que é prejudicial à sua saúde, ao seu bolso ou ao meio-ambiente. Não compre cirurgia plástica, não compre o que aparece na tevê, não compre…
(Escrevi o post para um blog action day, dia 15/10/2007, e nunca terminei. Que pena, porque estava no embalo… Mais uma descoberta dos drafts do blogspot.)
Eu também quebrei a cara,
eu também levei porrada.
Eu também tenho medo, muito,
eu também não quero tanta intimidade,
eu também confesso minhas infâmias,
eu também lembro as minhas cobardias,
eu também tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas.
Mas também
eu também gostava de gostar de gostar,
eu também estive realmente a ouvir,
Ut ameris, amabilis esto.
Felix qui potuit rerum cognoscere.
Quidquid latine dictum sit, altum viditur.
Eu também amei um pouco,
eu também não sei onde vou.
Vou dormir, isso sim.
A ponte, luzes ao longe, o Curinga num grafitti, reflexos na janela do ônibus. Lembra dum futuro, o homem tateando palavras na tela do computador, rodeando. Ela segura de si pergunta é isso mesmo? Olha que a ilusão de mim é melhor que eu e você também não deve ser tudo isso. Ele: tenho. Ela repassa mentalmente o ciclo, as unhas, a depilação em dia, o tempo de lavar os cabelos, blefa: então motel agora. Mudez de dígitos, sente o computador quase tremer, mensagem no celular com o endereço. Ela pensa nas drogas que são boas pra ansiedade mas decide que ansiedade é bom, está guardada há tanto tempo a tensão sexual entre os dois. Não sabe bem o que vai dizer. Joga um cd na bolsa.
Ele chega primeiro e manda um torpedo do 408. Ela sua diante da porta. Ele abre e mais esquisito que o beijo de cigarro e o abraço pela cintura é aquele antequarto de mesa posta.
O sexo não é fluido nem deveria. É errático, é sofrido, tem espaço pra melhorar. Os olhos ficam vermelhos e o corpo relaxado, os pés meio dormentes, ninguém precisava de drogas afinal.
Repassam os episódios passados, o que você disse, o que eu pensei, meu namorado na época. Ela pergunta dos filhos, ele disse que não tem, você sabe disso. -Sei. Quer ter? -Por que pergunta? -Sempre pergunto. Não quero, não quero me envolver com homem com relógio biológico.
Brinca com as mãos dele, calos. Mergulha nos olhos dela. Ele é exatamente imperfeito como ela imaginava, de uma virilidade quarentona desajeitada. Ela é quase melhor que as mais novas, com suas rugas de quarentona risonha.
Roupas de volta, porta da rua, despedida incerta. Ela entra no ônibus, olha pela janela e rabisca um outro futuro.