Entrei no metrô cansada. Linha laranja, linha vermelha, linha verde. Na linha verde olho, olho de novo. Vó Totônia. Os mesmos cabelos, castanho-esbranquiçados, descendo pelas costas num coque que desmanchou. Os mesmos olhos, o mesmo jeito de olhar que a gente vê nas fotos. A saia reta até a canela, o casaquinho por cima da blusa, meias e chinelos de couro. Ainda bem, se eu visse havaianas amarelas ia morrer do coração. Eu já estava ali, com o olhinho raso, tentando não encarar, ela puxa os óculos de leitura e começa a ler jornal. Tinha que ser jornal? Tinha. Tinha que ser o Washington Post com uma foto sem mais tamanho do Einstein na contracapa que estava virada pra mim. Comecei a chorar que nem uma doida. Chegou minha estação, desci, ela desceu, estava andando logo atrás de mim, apertei um pouco o passo, chorando, olhando para trás de vez em quando, vencendo a vontade de falar com ela, falar o quê, meu Deus? “você parece a minha avó!”? Fui para a saída oeste, ela também veio caminhando devagar, cheguei à rua, soluçava, fingi que esperava um carro para vê-la ir na direção do ponto de ônibus. Andei mais, solucei mais, enxuguei os olhos, passou.
Hoje eu vi minha avó no metrô.
Helôôô!!! 1ª vez que eu vou comentar!!! Ebaaa!! Nossa, me emocionei com o assunto dessa vez, mesmo sem conhecer a Vó Totonha mas já vi muitas fotos, principalmente esse final de semana q achamos 3 albúns lá na roça!!! Não fique triste, ela sempre estará com agente!
Beijos pra você!! Sucesso e sorte ai nos States hahahahah!!
você é uma sortuda! tenho uma avó e meia (tá com alzheimer, a outra, daí a fração), mas gostaria muito de ter a oportunidade de reencontrar meu avô.
Que lindo, amiga. Acho que soluçaria que nem tu se encontrasse a minha assim também.
Um beijo!