Diário da Dodói

Quinta: sentir muito frio na aula. Ter dor de garganta. Estar caindo pelas tabelas às 4 da tarde. Ir pra casa. Tomar um banho demorado ouvindo Rush. Deitar no sofá e assistir Love in the Afternoon – sabe que minha mãe parecia a Audrey Hepburn? Tirar forças sabe-se lá de onde e fazer sopa. Deitar no sofá de novo. Fazer o marido comprar um termômetro. Se descobrir com 39 graus de febre. Ver a neve cair lá fora. Tossir a noite inteira.

Sexta: ligar pra prima médica. Decidir não ir ao médico. Tentar baixar a febre sem sucesso. Desmarcar tudo o que tinha que fazer. Assistir Cinema Paradiso. Morrer de achar o Marco Leonardi lindo. Ter que fazer tudo com ajuda. Continuar com febre.

Sábado: finalmente ir ao médico, com neve e tudo. Descobrir que não é uma gripe, e sim uma infecção. 40 graus de febre. Antibiótico na cachola. Não ter forças nem pra assistir filme. Não conseguir comer mais de duas colheres de nada. Só conseguir controlar a febre à noite. Suar até a roupa ficar completamente molhada. Tomar banho com ajuda, e lavar o cabelo.

Domingo: achar estranho ter forças para andar. Ter dor em músculos que nem sabia que existiam e inalongáveis. Comer um prato de cereais no café da manhã. Tomar o antibiótico. Destomar o antibiótico. Almoçar. Sentir-se melhor. Sair pra lavar roupa e encontrar os vizinhos justo quando eu estou com o cesto cheio de roupa suja na mão. Assistir Cinema Paradiso: The New Version, aquela versão que tem 51 minutos a mais de Marco Leonardi. Entrar em pânico porque não trabalhei nada.

É, acho que sarei…