Ou o meu msn, ou o meu yahoo messenger, ou o meu google talk…

Não me condenem por obscura

Mas…

O deus mudança me mostrou o prazo de validade das coisas. Querer por capricho é mau. Interromper o que se gosta por auto-disciplina nunca foi o meu forte.

Dá cá uma garrafa e promete, por favor, que aberta soltará todos os cheiros, diálogos, afagos, barulhos e a cor. Só por um instante. Ben Harper na vitrola, please?

Logun-edé sumiu pros lados da África, bem escondido. Achei agora um canto de Oxum, flagras fáceis da origem do mito.

O meu blog, estas palavras loucas que ninguém vai entender, às vezes me lembra – só eu com a chave das palavras – daquela faísca no escuro.

A ver se os fantasmas voltam para pelo menos dar notícias. A esperança da bruxa é que, na véspera do seu dia, o canto no meio da madrugada possa evocar o fantasma estranhamente querido.

Oi, Vó.

Entrei no metrô cansada. Linha laranja, linha vermelha, linha verde. Na linha verde olho, olho de novo. Vó Totônia. Os mesmos cabelos, castanho-esbranquiçados, descendo pelas costas num coque que desmanchou. Os mesmos olhos, o mesmo jeito de olhar que a gente vê nas fotos. A saia reta até a canela, o casaquinho por cima da blusa, meias e chinelos de couro. Ainda bem, se eu visse havaianas amarelas ia morrer do coração. Eu já estava ali, com o olhinho raso, tentando não encarar, ela puxa os óculos de leitura e começa a ler jornal. Tinha que ser jornal? Tinha. Tinha que ser o Washington Post com uma foto sem mais tamanho do Einstein na contracapa que estava virada pra mim. Comecei a chorar que nem uma doida. Chegou minha estação, desci, ela desceu, estava andando logo atrás de mim, apertei um pouco o passo, chorando, olhando para trás de vez em quando, vencendo a vontade de falar com ela, falar o quê, meu Deus? “você parece a minha avó!”? Fui para a saída oeste, ela também veio caminhando devagar, cheguei à rua, soluçava, fingi que esperava um carro para vê-la ir na direção do ponto de ônibus. Andei mais, solucei mais, enxuguei os olhos, passou.
Hoje eu vi minha avó no metrô.

Aaaai!

Fiz alguma coisa errada no template e meu blog ficou cotó!

Agora deu certo, mas peço desculpas a quem comentou nos últimos posts – especialmente ao Marcelo, senão ele vai achar que eu tô implicando com ele. Eu já tava há um tempão querendo tirar os yaccs.

Comentem away, por favor. Eu vou receber email toda vez que aparecer um comentário, ueba!!!

Eu pensando

A moça Magaly do Eu pensando lançou um concurso de trovas. Eu, neta do João Acelino que colecionava poemetos (incluindo o do vestido da prima) e da Totônia que não deixava ninguém fazer versinho de pé quebrado, lasquei três quatro improvisos:

(Ilusão)
Mirei naquele futuro
Destino pensei que fosse
De miragem era feito:
Acabou-se o que era doce.

(Olhos)
Os seus olhos me olhando
Muito atentos desta vez
Você me chama de boba
E eu te amando em inglês!

(Sonho)
Em sonho falei com Deus
E no sonho respondia:
“Não precisa ser poeta!
Faça só engenharia…”

(Primavera)
Venta muito no outono
e eu abrigo uma quimera:
que o globo revirasse
e já fosse primavera.

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