A vida se repete na estação

Tirei da gaveta aquele colar de prata que a Ana trouxe de Barcelona pra mim. Estava oxidado, usei assim mesmo, em duas semanas ele poliu contra o meu corpo. Só a parte redonda, um círculo cortado ao meio pra me lembrar que a vida vai e vem, com marcas de mudança a cada tanto. Agora lancei mão do truque da pasta de dente para ajeitar o colar (rabo-de-elefante, diziam antigamente) mas continua um pouco pretinha. Imperfeita e linda, como anda tudo ultimamente.

As linhas entre o que é família e o que são amigos vai se borrando cada vez mais. Os amigos parece que estiveram sempre lá, o laço já não se desfaz tão facilmente.