Meu corpo combina com seu jeito

O corpo acostuma. É o que eu acho mais bonito, não interessa onde: o impulso da bola de vôlei, a pressão certa do instrumento musical sobre o corpo ou vice-versa, o peso da bailarina no pas-de-deux, o toque da mão do outro naquela parte pequena das costas, o abraço gostoso do amigo. O corpo acostuma com como a voz passa e acostuma a esticar o braço e alcançar o mouse, a pegar uma pitada de sal e agitar a frigideira. O corpo acostuma e reacostuma, e a gente quase esquece como ele é inteligente.

Sou toda ouvidos