Depois que deu pra Deus e todo mundo ficou indiferente. Não apática, só não aferrada à luta cotidiana de seduzir. Ia muito do clima, do dia, do estado de espírito e da época do mês. Por vezes acordava úmida sereia e se demorava a pentear com os braços levantados em frente ao espelho. Outras, era a última mortal, toda útero revirado, tomando banho ajoelhada no chão do boxe, a água fervente a lhe tirar o viço das costas. Ainda assim, é useiro e vezeiro avistá-la andando pela rua com um sorriso entre bobo e debochado cantando baixo alguma toada antiga, olhando para o chão e ignorando os prédios dos amantes.