Comecei dizendo que não queria ser mulherzinha e depois decidi que não queria ser machinho. Carece examinar com cuidado meus cromossomos comportamentais ou buscar no meu corpo o equilíbrio, Logunedé amazona.
O blog, por exemplo, é feminino do título às entrelinhas, passando pelas eventuais crises hormonais. Rola muito forte uma parada The Hours, onde as mulheres são seres borbulhantes nas profundezas e os homens, maridos-filhos, só vêem a superfície, “não sei de onde veio isso, ela enlouqueceu”.
Reli vários novembros. Percebi que este é mesmo o mês da retrospectiva. E das paixonites. Flores, amores, rancores, calores, dores, primaveras, outonos, temores, enganos. Algumas das paixões vingaram, outras não, outras vão. Também fui ridícula. Sem saber e também, feito agora, sabendo, fui ridícula no sim e no não.
Os nãos foram poucos, porque nunca entendi quem diz esse “não” preventivo, quem interrompe uma história feito quem sai do cinema. O sexo é bom, a conversa rendeu, e você de repente pára tudo e diz “vai dar merda, paramos aqui”? Isso me parece muito feminino e entendo que confunda os homens. Já vi essa bolsa de valores sendo operada por gente muito inteligente e muito estúpida, mas até agora em geral comprei na alta e vendi na baixa por não saber dizer chega.
Com ciclos dentro de ciclos fica mais óbvio que em algum momento vou ter que me despedir na cabeça de uma história que nem começou. Quando isso acontecer, vou morrer de pena, vou escrever cafona, vou chorar de birra, vou deixar a porta aberta e vou partir feito macho.
Para ouvir: How do I let a good man down?