Continuo pensando, sentindo, amando, mas o escrever se esconde na falta de gramática para descrever o colorido de tudo que pulsa. Amo minhas mulheres insulares, meus homens inteligentes e gostosos, minhas bichas ousadas e minhas sapatas valentes.
O carnaval trouxe todo esse glitter à superfície, o amor cegueta e os cupidos apadrinhantes e amadrinhantes ficam por aí tentando o juízo de quem passa. Só resta ter um coração leve e um samba de Cartola à mão. É sempre – não, às vezes – bom revirar sentimentos e armários.
Nos escritos antigos fica clara a minha desistência: larguei mão de falar de amor porque as definições são tão amplas, fica difícil sair do lugar comum. De uns tempos para cá minha cabeça de fazer conta estabeleceu que
[amor] = [(respeito) + (admiração) + (tesão)].
Como toda equação, alterando as parcelas o resultado muda. Sem tesão o amor é fraterno, não há muito que se possa fazer, qualquer cama fica grande. É coisa para um amigo de fé, uma amiga incrível ou Gandhi. Quem some na cara-de-pau perde um pouco do respeito e o amor vira bandido porque, afinal, o tesão está lá e não tem como matar a admiração por quem está aí há tanto tempo. E quando a falta de intimidade impede o tanto de admiração para completar a equação, a coisa se chama sarna para se coçar, virou-mexeu você está cavucando mais fundo pra ver se rende, e pra qualquer lado que for essa sinuca de bico, o resultado não vai ser lá muito satisfatório.
Falta muito pro próximo carnaval?