Bituca e Guimba não podem ir à praia

Não, eles não são compositores de samba-enredo. Bituca e guimba são duas palavras (até bonitinhas!) para designar o filtro de um cigarro fumado (nada bonitinho).

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Confesso que não participo da tentativa de demonização dos fumantes. Sei que cigarro faz mal, mas tenho cá minhas simpatias por um ou outro fumante mais charmoso. O que acaba mesmo com qualquer boa-vontade da minha parte é ver alguém jogando bituca no chão. São bilhões de pedacinhos aparentemente inofensivos de acetato de celulose descartados inadequadamente ao redor do mundo a cada ano. Além de enfeiar a cidade e as praias, as bitucas terminam, quase invariavelmente, nos rios e oceanos. Cada guimba contamina aproximadamente 8 litros de água, matando microorganismos, e animais maiores são fatalmente enganados pelas supostas minhoquinhas.

É um problema fácil de resolver: não jogue as guimbas no chão, oras. As lixeiras urbanas em geral têm uma placa de metal onde o cigarro pode ser apagado antes de ser descartado. Uma alternativa um pouco mais trabalhosa é carregar seu próprio cinzeiro portátil, que pode ser um tubo de filme fotográfico, um estojinho de fio-dental, este cinzeiro lindo da Zippo ou esta caixinha australiana que faz piada visual com a palavra em inglês para guimba,butt (bumbum). E esses dias vi duas garotas apagarem os cigarros de um jeito inusitado: apertando a parte próxima ao filtro para expulsar a brasinha (para não ter que apagar o cigarro contra uma superfície) e carregando a bituca por mais alguns passos até achar uma lixeira.

Minha curiosidade é saber se o bom exemplo e a aura cool das pessoas que têm consideração para com o meio-ambiente e a limpeza urbana vão ser tão contagiosos quanto o foram, cada um a seu tempo, o tabagismo e o anti-tabagismo. O que você acha?

Publicado originalmente em 27.5.08 no meu extinto blog Simplim. “Simplicidade voluntária, vida simples, descomplicações e urbanidades. Para tribos diversas e enfoques variados.”

Mais infos sobre bitucas aqui, aqui e aqui.