Engana os olhos. Quero ver.
Sabe aquela tal dor fantasma que sentem os amputados? Tenho tido uma coisa assim. Passeio pela universidade e vejo pessoas conhecidas em estranhos completos: o Baiano (Julian), a Patricinha vejo nos lugares mais inesperados, o Fabinho Dondeo, a Valéria, a Helena…
Dá saudade.
Minha orientadora tem uma cara de brava que só vendo mas é um amor. Legal mesmo.
Joga futebol? Sabe dança brasileira? Dança brasileira é uma coisa nova ou tradicional? O Brasil já jogou com a Espanha na copa do mundo? E você discutiu com o seu marido? Ah, ele é argentino? Mas ele não fala espanhol? Tem copa do mundo de futebol feminino? O Brasil já ganhou alguma vez? Você foi na copa do mundo no Brasil? Tem muito estudante brasileiro aqui? O seu marido é estudante também? Em engenharia de águas? E ele se formou na argentina? Vocês têm filhos? Você vai fazer o PhD aqui também? Como você e o seu marido se conheceram? Ah, é uma longa história?*
Desculpem, chineses, o sujeito na verdade é tailandês. E eu vou pra casa.
* Dividam igualmente todos os pontos de interrogação por aproximadamente 15 minutos. Agora o cara está alugando a estudante chinesa, perguntando se a capital é Xangai.
Aprenda português! Mas não chame ninguém de rapariga, por favor.
Ou, melhor ainda, aprenda como tem que ser: Brazilian Portuguese.
Não me venham reclamar de que estou escrevendo isto em português, hein? Eu sei o que estou fazendo!
Fotos tiradas por crianças. Muitas delas, reconheço, melhores que as minhas.
Estava aqui tentando escrever um email importante pra um aluno de mestrado lá em Campinas que está fazendo um trabalho parecido com o que eu fazia, e o chinês pentelho aqui na sala de computadores não parava de fazer perguntas. Eu respondia sim ou não e continuava olhando pra tela do computador e ele nem tchum.
“Qual o seu nome?”
“E-lo-i-za.” (estou tentando não pronunciar o H como eles fariam aqui).
“Hein???”
“E-lo-i-za.”
“Não tem um mais curto?”
“Êlo.” (é como dizem meu nome na Argentina, eu acho que é mais fácil pra eles aqui do que Helô)
“Ero?”
“Não, Êlo”.
Dois minutos depois:
“Ôle!!!”
Um olhar estranho da minha parte.
“Ôla!!!”
Me segurem que hoje eu não tô boa!
Achava que só eu não estava lá na lista do Edney, mas a Giulieta também não está, nem a Estrelinha, nem a cantante criatura do Livro dos Prazeres, nem a Beta… Só aí já vai mais da metade da minha ronda diária, então peço aos meus amigos que blogalizem-se!
Rafael Lima fala da exposição do Ziraldo, com cartazes que fez para a Feira da Providência.
Isso me lembrou do restaurante Famiglia Mancini, em São Paulo. Eu fui lá com 8 ou 9 anos e deixei um desenho naquele papelzinho de sugestões. Recebi cartões de Natal e aniversário todos os anos, durante uns dez anos, todos desenhados pelo Ziraldo. Era muito divertido, porque ele desenhou a família crescendo, as menininhas que eram bebês nos primeiros cartões que recebi, nos últimos já estavam grandes. Uma graça.
Abre teus braços e descobre tudo. Abre teus braços.
O Rio de Janeiro é um convite. O Redentor de braços abertos me diz: vem e se entrega.
Só pra me fazer inveja e me trazer lágrimas aos olhos…