On Being
Eu pensei que todo mundo já conhecia, mas a série de vídeos On Being parece ser o segredo mais bem guardado da web. O jornal Washington Post publica semanalmente, às quartas-feiras, vídeos de não mais de quatro minutos produzidos pela videógrafa Jennifer Crandall.
“On Being é um projeto baseado na simples noção de que nós deveríamos conhecer uns aos outros um pouco melhor. O que se encontra aqui é uma série de vídeos que levam você às reflexões, paixões, histórias e peculiaridades de todos os tipos de pessoas. Esta é a essência de quem são, de quem somos.”
Esta série me lembra um pouco os filmes longa-metragem da série Up (eu vi 42Up e 49Up), em que um cineasta britânico (Michael Apted) vem entrevistando o mesmo grupo de pessoas a cada sete anos, desde que todos tinham 7 anos. O efeito é emocionante, pois por mais que a vida de cada um dos “personagens” seja diferente da dos outros e das nossas, a linha comum – somos todos humanos, com defeitos, qualidades, misérias e alegrias – une a narrativa e transborda da tela.
As pessoas entrevistadas em On Being são comuns, vivem aqui em DC, e falam de coisas prosaicas. Mas como de perto ninguém é normal, as entrevistas tomam rumos surpreendentes que enternecem, fazem rir e emocionam. Confira os vídeos mais recentes mas também o arquivo com os primeiros da série – ao todo são vinte entrevistas até agora, mais um episódio com outtakes. Não vou falar mais dos personagens porque estraga a surpresa. Digam o que acharam nos comentários.
Ela lê no metrô: High Fidelity e Zorro
High Fidelity
Quem escreveu: Nick Hornby
Quando li: em novembro de 2006 (em inglês)
O livro: faz qualquer um parar para pensar nos dez piores términos de namoro das últimas duas décadas, e na arte de fazer fitas misturadas. O estilo de Hornby é engraçado e deprimente na medida exata e suas elocubrações sobre o que a gente pensa sobre os relacionamentos evolui (mas não muito) da adolescência até à beira dos trinta anos. Leitura obrigatória.
O filme: tem o gatinho John Cusack, a dinamarquesa Iben Hjejle, e a Catherine Zeta Jones. Engraçado que no livro Laura (a namorada) é morena, e Charlie (a gostosa) é loira – no filme é o contrário. A interpretação de Jack Black como o amigo maluco é perfeita, mas tanto ele quanto Laura têm mais dimensão no livro. Além disso, é interessante a discussão sobre satisfação e expectativa profissionais de Rob e Laura.
Zorro
Quem escreveu: Isabel Allende
Quando li: em dezembro de 2006 (em espanhol)
O livro: conta as origens do Zorro desde a infância, com doses de realismo fantástico. Tem romance, piratas, capa-e-espada, injustiças e muitas peripécias. Grande parte do livro se passa durante a infância do Zorro, e é a parte mais gostosa da história. Para quem gosta de gênese de heróis, é um prato cheio.
O filme: tem o Antonio Banderas e a Catherine Zeta Jones, além do Anthony Hopkins. Só compartilha o título com o livro, e é anterior em vários anos. A história é diferente, mas também tem um pedacinho de gênese. Faz muito tempo que não vejo, está na hora de rever…
Laundry list de posts
Todas as coisas que pensei em postar e não postei, principalmente aquelas que se referem ao subtítulo “ela lê no metrô”.
– sobre os livros High Fidelity e Zorro que eu li no fim do ano passado
– sobre o livro Rubbish! que eu li agora há pouco
– sobre os livros Why we buy e Born to buy que eu li mais ou menos ao mesmo tempo
– sobre não ter televisão
– sobre a cafonice infinita das pessoas que compram na daslu (na verdade o post não é bem sobre isso e eu ainda não sei o que é, mas essa definição me ajuda a lembrar o que eu queria escrever, acho que é alguma coisa sobre ética )
– sobre como a vida das pessoas às vezes alcança uma curva, um prenúncio de virada que quem já passou por isso vê de fora
– sobre a série de vídeos “on being”
Acho que por enquanto é só. Vamos ver se eu consigo escrever mais…
Snoozitis
Tem cura?
A meme dos setenta itens
All the cool kids are doing it!
Sete coisas que faço bem:
– escrever (quando me inspiro)
– falar as línguas estrangeiras que domino (inglês e espanhol)
– guardar números e nomes na memória (já fui melhor…)
– sorrir, bater papo e tomar café (de preferência mais ou menos ao mesmo tempo)
– fazer mala de tamanho razoável
– achar informações online (incluindo amigos de infância, o cara que paquerou minha amiga no starbucks, aquela raça de cachorro cujo nome meu pai não sabe mas sabe descrever, etc)
– bobice
Sete coisas que não faço e não sei fazer:
– dirigir (está na lista de coisas para aprender há séculos)
– nadar (aprendi depois de velha)
– andar de bicicleta (idem)
– cozinhar (mas quero aprender)
– comprar coisas caras (meu dinheiro se gasta nas coisas baratinhas e cotidianas)
– fazer unha
– ser organizada (cozinha, banheiro e livros vão bem, obrigada – sala e quarto são o desafio porque tem roupa, cd e cacareco por tudo quanto é canto)
Sete coisas que me atraem no sexo oposto:
– olhos
– sorriso
– mãos
– inteligência
– saber falar e escrever bem (ia colocar “bom uso da língua” mas pega mal)
– bom gosto musical (não precisa ser o meu gosto, basta saber do que está falando e não apenas gostar do que é comercial empurrado goela abaixo)
– pega!
Sete coisas que não suporto no sexo oposto:
– mania de grandeza
– ciúme
– machismo
– ignorância
– bebida em excesso
– unha roída
– grude exagerado (jogado aos seus pés, eu adoro um amor inventado…)
Sete coisas que digo com freqüência:
– tudo jóia?
– juízo! (ou o equivalente ‘take care’)
– okay, alright… (detesto isso, estou tentando perder a mania)
– beijo (no telefone principalmente)
– depois a gente se fala (idem)
– então…
– cute!
Sete atores/atrizes que admiro:
– Johnny Depp (lindooooooooo!)
– Toni Colette
– Minnie Driver (não sei por quê, mas é verdade…)
– Audrey Hepburn
– Fernanda Montenegro
– Denzel Washington
– Meryl Streep
Sete filmes favoritos:
– De volta para o futuro
– My fair lady e Bonequinha de luxo
– Tomates verdes fritos
– Curtindo a vida adoidado
– Sedução
– Annie Hall
– O tigre e o dragão
Sete livros favoritos:
– O amor nos tempos do cólera (o favorito absoluto de todos os tempos)
– Oh, the places you’ll go!
– O menino maluquinho
– A coleção “Para Gostar de Ler” (crônicas são minhas favoritas até hoje)
– Cem anos de solidão
– Graceful simplicity (é não-ficção, sobre o movimento de simplicidade voluntária)
– Ficções do Interlúdio, Álvaro de Campos (coletânea)
Sete lugares favoritos:
– Fazenda Santa Fé
– o apartamento no Rio
– o minúsculo “apertamento” de Guarapari
– o Museu da República
– o apartamento onde moro
– o apartamento da minha irmã
– os corredores externos do Santa Marcelina com a vista para o vão central (don’t ask…)
Minha preferência por apartamentos não tem nada a ver com agorafobia, é só porque os espaços públicos mudam muito (vide Guarapari) e as lembranças afetivas ficam nas casas onde moramos…
Sete pessoas para responder a este questionário:
– Dudu (ele bem que gosta dessas coisas)
– Djones
– Teca (ela não vai responder no blog mas de repente faz uma listinha só pra mim…)
– Isabella (explicou o que é meme mas não se memexeu)
– Marcelo
– Bebel
– Weno (em desenhos, se possível)
As meninas de DC já foram devidamente “tagged” pela Cláudia, Elena, Denise e Juliana Parahyba.
PS: Não sabia que isso de fazer lista ia ser tão difícil. Estou me sentindo super High Fidelity, apagando e substituindo itens. Troquei “bunda” por “inteligência” na categoria sexo oposto, mas prefiro alguém que tenha os dois em forma. Tenho certeza de que vou me arrepender dos atores, filmes e livros em algum momento e voltar pra consertar. Afe.
Pátria Minha
A Denise tem razão, a mulher essa que declama os poemas no meio do vídeo é bem chata. E eu achei também meio xarope o Toquinho interromper o que estava falando pra dizer que foi lá na Bahia inaugurar praça. E cortaram o Pátria Minha no meio para poder continuar o documentário. Uma vez tinha pensado em declamar esse poema aqui no blog em mp3 mas eu não consigo: eu choro.
Doce Lembrança
Achar numa rede social online o perfil daquele ex que virou amigo e perceber que ele é tão talentoso quanto a mãe dele.
Doce Vingança
Achar numa rede social online o perfil daquele ex que já foi tarde e perceber que ele ficou a cara da mãe dele.
Nikki Giovanni
We are Virginia Tech.
We are sad today, and we will be sad for quite a while. We are not moving on, we are embracing our mourning.
We are Virginia Tech.
We are strong enough to stand tall tearlessly, we are brave enough to bend to cry, and we are sad enough to know that we must laugh again.
We are Virginia Tech.
We do not understand this tragedy. We know we did nothing to deserve it, but neither does a child in Africa dying of AIDS, neither do the invisible children walking the night away to avoid being captured by the rogue army, neither does the baby elephant watching his community being devastated for ivory, neither does the Mexican child looking for fresh water, neither does the Appalachian infant killed in the middle of the night in his crib in the home his father built with his own hands being run over by a boulder because the land was destabilized. No one deserves a tragedy.
We are Virginia Tech.
The Hokie Nation embraces our own and reaches out with open heart and hands to those who offer their hearts and minds. We are strong, and brave, and innocent, and unafraid. We are better than we think and not quite what we want to be. We are alive to the imaginations and the possibilities. We will continue to invent the future through our blood and tears and through all our sadness.
We are the Hokies.
We will prevail.
We will prevail.
We will prevail.
We are Virginia Tech.
Virginia
Nevou de manhã em Blacksburg, uma neve fora de época, esquisita para abril. Amanhã as 33 pessoas que morreram no campus da Virginia Tech vão ter nomes, rostos, histórias, e a tragédia vai continuar, e os relatos, e o luto. Talvez até saibamos o que motivou o crime.
Apesar de ter seguido o noticiário o dia inteirinho e não ter conseguido me concentrar em mais nada, os poucos vídeos de cobertura ao vivo que vi (online, porque não tenho tv) mostravam a toda hora uma filmagem feita por um telefone celular de um aluno. Quarenta e tantos tiros, em repetição igualmente espaçada. Violência é uma coisa que entra pelos poros e anestesia. Quando a violência me alcança em imagens e sons – mesmo que de mentirinha e mais ainda de verdade – sinto que minha alma definha aos poucos. Lendo ainda posso sentir pausado.