Se dice para dar a entender que a un mal existente se añade otro mayor.
Wu Wei, o pacto
Você nunca sabe o que vai acontecer
Vamos combinar:
Namoradas passadas de namorado atual: insanas.
Namoradas atuais de namorados passados: merecidas.
Namoradas atuais de paquerinhas atuais: mocréias.
Namoradas atuais de paquerinhas passados: feias.
Para não dizerem que estou com má-vontade, namoradas antigas de namorados passados e namoradas antigas de paqueras atuais escapam dos xingamentos e podem inclusive ser sexies e maravilhosas.
O ser bruxa
Via a Samantha Stephens na tevê e achava o máximo, principalmente o poder de arrumar uma casa ou cozinha bagunçada com uma mexida de nariz.
Anos mais tarde alguns amigos deram pra me chamar de bruxa, e nem lembro como isso começou. Minhas bruxarias envolvem um pouco de intuição, um pouco de sensibilidade e muito truque de salão e resultam em adivinhações sobre quem vai ligar, quem está bem, quem está mal, sonhos estranhos e pequenas coincidências prosaicas. Uma bruxa cartesiana, se quiserem chamar assim.
Agora, envolta nas últimas coincidências e notícias, me dou conta de que eu sou melhor bruxa se não estou de todo bem. A carapaça que cai e me deixa vulnerável também me deixa mais aberta ao outro. Já tive época de imaginar meu cérebro e meu coração ligados como num desenho de Escher e época de me sentir como o fantasma no metrô em Ghost sendo atravessada pelos outros e seus problemas. Hoje não sinto nada disso mas também não sei explicar o que vou fazer comigo mesma. A palavra-chave é conexão, e internet é fichinha.
Cervejinha
Hoje tomei uma cerveja com meus pais por telefone: eles abriram uma de
lá, certamente uma latinha bem gelada que eles dividiram; e eu tomei
uma de cá, comprada na farmácia mesmo.
Little consolation
… Mas eu te garanto que onde quer que você vá, as pequenas coisas
estarão presentes. Trabalho, música, cerveja, o bartender que te
sorri, amigos, pessoas com filhos vivendo coisas singelas, jovens
ligeiramente bêbados no metrô, uma negra gorda na porta da padaria
dizendo bom dia, querida, Deus te abençoe, o sentimento de ter mil
problemas e flutuar ao mesmo tempo, amigos, um livro para passsar o
tempo. Sobretudo, você estará lá, para sentir.
Blogagem coletiva – Semana Mundial da Amamentação
Eu não sei se nem quando vou ter filhos, não sei se quero. Mas amamentação é uma coisa que sempre ocupou um espaço enorme no meu imaginário. Fazer e ser o alimento de alguém deve ser uma sensação muito boa.
Adoro ler o blog da Denise e aprender mais sobre o assunto. Um post dela que me chamou a atenção foi quando ela deu a entender que mães que amamentam não têm que ser aquela coisa chata Hallmark, “mágica”, “sagrada”. É uma coisa natural, dá pra amamentar vendo novela, trabalhando, lendo livros, batendo papo. Como a mulher aí ao lado, que certamente é uma versão mais loira da mãe que eu talvez quem sabe serei. Ou não.
Quinze minutos
5 músicas marcantes
Ao contrário do Dudu, não sou tão ligada em música assim, então vou tentar apenas explicar algumas das músicas que me dão frio na barriga, ou marcantes, ou… sei lá.
1. Leaving on a jet plane. Essa não estava no post anterior que fiz. Eu estava no escritório e coloquei uma música no iTunes que tinha que ouvir “a serviço” (é, meu trabalho tem dessas coisas) e a música seguinte era essa. Eu desliguei rapidinho porque acredito no “oráculo de Pandora” mas não tive escapatória. Parei de resistir e coloquei a canção no ipod e tenho ouvido direto, e é a tagline do meu gtalk. Hoje estava conversando com minha prima no msn e do nada, sem aviso, ela me manda um arquivo… e era a mesma música, a mesma versão, tudo! Não acreditei na coincidência! Tenho certeza de que essa música sempre vai me lembrar desta época. A minha versão e a da prima tinham intérpretes diferentes, a minha dizia Bjork e PJ Harvey, a dela Bjork e Fiona Apple, procurei na rede e tinha gente que dizia Bjork e Pink (???), no final das contas não era nada disso. A música foi gravada por Chantal Kreviazuk, uma cantora canadense (a esta altura já não me surpreendo com coincidência nenhuma), para a trilha de Armaggedon. Disclaimer: não gostei das outras músicas dela e mesmo esta é um pouco melosa, mas combina com o momento.
2. Preciso dizer que te amo, Cazuza e Bebel Gilberto (por favor ignorem a apresentação do youtube e ouçam só a música). Essa música me lembra a moradia, no verão de 97/98. Eu conhecia a versão da Marina mas me apaixonei por essa do Cazuza com Dé e Bebel Gilberto. É que a letra é muito perfeita e a coda que fala de “fechando e abrindo a geladeira a noite inteira” e “lembrando em cada riso teu qualquer bandeira” é a descrição exata daquelas noites em que a paixonite aguda vira obsessão. De leve.
3. I want some sugar in my bowl, com a Nina Simone e a outra com Bessie Smith. Já expliquei.
4. Fazenda, Milton Nascimento. Porque é a cara da Santa Fé. Tem os tios na varanda, tem manga, tem bica no quintal, e tem a troca de gerações que faz aquele lugar eterno. “Eu era criança, hoje é você, e no amanhã nós“.
5. Dindi, Tom Jobim. Porque até o rio que não sabe onde vai continua correndo seu leito.
Passando pra frente: Denise, Claudia, Isabella, Teca, Elena.