Quem diria? Uma comunista-anarquista. Quê-que-vão-dizer lá em casa…
E as opções são infinitas
Ouvido na rua
Pai – Do you want to go home?
Filha – Where's home?
Às vezes a vida te parece escura
Descruza o dedo todo mundo que a vaca foi pro brejo!
Mas sabe quando a vaca olha em volta e começa a achar que o brejo não é assim tão ruim? Pois é.
Vou fazer que nem minhas vizinhas de blog e pedir pensamento positivo, dedos cruzados e muita reza pros meus três ou quatro leitores. Estou precisadíssima.
Obrigada.
Dez músicas que dão frio na barriga
Estilo Alta Fidelidade.
Mas fora de ordem.
1. Preciso dizer que te amo, Cazuza e Bebel Gilberto
2. I want some sugar in my bowl, com a Nina Simone
3. Fazenda, Milton Nascimento
4. Cry me a river, Ella Fitzgerald
5. Tristeza do Jeca, Ney Matogrosso
6. Luiza, Tom Jobim
7. Go Back, Titãs + Fito Páez, a versão acústica com poema do Neruda
8. Nas Ruas, Djavan
9. Pétala, Cássia Eller
10. Dindi, Tom Jobim
Como todas as listas, me reservo o direito de rever. Reouvir.
Conferência na Casa Branca
Hoje teve uma conferência da Casa Branca sobre as Américas. O Presidente Bush moderou uma discussão entre representantes de seis ONGs, ressaltando a importância da diplomacia cidadã. Em 60 minutos ele disse a palavra “neighborhood” 33 vezes. Tudo bem, só que essa palavra pode querer dizer “vizinhança” ou “bairro”. Será que ele queria mesmo dizer “quintal”?
Deixa pra lá…
Vai ser 94
Está fazendo um calor danado e não dá vontade de sair. Dá vontade de estar no Rio e ter dezesseis anos, quase dezessete, e ser final de novembro e já ter passado de ano em todas as matérias sem recuperação, e ser quase meu aniversário quase Natal e quase Ano Novo, e eu ter um biquíni novo e ir todo dia na barraca do Pelé, depois voltar pra casa tomar banho e comer a comida da Bel e botar meu vestido marrom que minha mãe depois jogou fora a meu contragosto e ir andar na rua com alguma amiga, depois voltar pra casa e ficar no meu quarto lendo Vinícius e sentindo o cheiro das flores de manga fora da janela e ficar tão feliz que me sinto compelida a rabiscar o espelho inteiro, ter um paquera qualquer que é louco por mim ou ter um namorado pra ir ao cinema e não ver o filme e ficar só beijando achando o máximo da transgressão, sair do cinema e ir tomar sorvete num buraco qualquer pra ficar junto um pouco mais antes da hora do pai bravo, e depois outro dia ir pra Guarapari ficar de bobeira no apartamento a tarde toda, ir à praia da Areia Preta no dia seguinte e constatar que é tudo igual ao ano passado, na verdade é tudo igual a 1978, só não é mais cool mas continuar gostando mesmo assim porque cresci indo lá e porque tenho uma amiga comigo com quem eu posso falar bobagens e olhar vitrines que só vendem, claro, biquínis, ir na feira hippie e comprar um colar de um senegalês que parece um bicho de seda, o colar, não o vendedor, depois voltar e ficar numa rodinha de violão achando tudo ótimo só porque o vento está soprando na direção certa e acalma a pele ardida, voltar em silêncio para o apartamento e ir dormir achando que o único problema na vida era pernilongo.
Shehecheyanu
Bendito sejas tu, Senhor, nosso D'us, rei do universo, que nos manteve vivos, nos sustentou e nos permitiu chegar a esta época.