As brúxaras somos nozes.

A bruxa nasceu no imaginário de vários povos, ela ao mesmo tempo folk e folclore. Contato com a natureza, com os ciclos, com o fogo primordial da casa. Domínio sobre seu caldeirão, suas ervas e seu corpo. Aí a bruxa foi perseguida e queimada em fogueiras enormes, enforcada, afogada. Fez pontas em histórias infantis comendo criancinhas e aprisionando donzelas. Useira e vezeira em transformar príncipes em sapos também, embora alguns dispensem a mágica. Fez papel principal em filme com a Dorothy ou dando pro Jack Nicholson. Se muitos acidentes acontecem, dizem que ela está solta. Feiúra e chatice também a trazem à lembrança. Mas apesar da cara de má, ela pode ter seus encantos, como a Samantha. Nesta época do ano, em uma cruza entre Carnaval e Cosme-e-Damião, crianças se fantasiam e pedem doces. Em seu nome se fazem festas de terror onde as adolescentes se vestem de vagabundas e as já nem tão adolescentes tentam ser classudas como a Audrey Hepburn.  E às vezes, no meio disso tudo, ela é invocada para dar uma ajudinha à intuição que nem sempre acerta.

Mais da série "Luxo"

– Tapete de retalho.
– Bolsa de fuxico.
– Padaria, papelaria, loja de material de construção, armazém ou quitanda de esquina onde dá pra ir a pé e o dono é quem atende.
– Salgado-e-suco no meio da tarde.

Nina, Ysaye, Maya.

É difícil explicar o que amo tanto nessas mulheres. Não é a cor da pele que me emociona, pelo menos não nelas. Também não é a história de vida, isoladamente. É ver que centenas de anos se condensam em algumas pessoas e se traduzem em tudo o que fazem, da voz às vestes, e ter inveja do sentir, da expressão, da majestade dos gestos.

Nina Simone eu passei a admirar depois de um filme em que a protagonista era sua fã. Banal, eu sei. Mas ela de banal não tem nada.

Ysaye Barnwell deu aulas de coral comunitário focadas na tradição oral afro-americana. As canções que ensinou fizeram caminho até mim e antes que eu pudesse perceber se instalaram com suas palavras de liberdade. Ela é parte do grupo Sweet Honey in the Rock, cujo nome é uma descrição das mulheres negras: duras por fora e doces por dentro.

Maya Angelou me acompanhou no metrô nos últimos tempos contando histórias de sua infância. Ela trata de assuntos pesados com leveza e profundamente. Eu gosto do jeito como ela escreve mas é também porque consigo imaginar o jeito como ela fala.

Ver, ouvir e ler a essas três mulheres me inspira para que eu seja, se não mais negra, pelo menos mais sábia. Oxalá!

Ay Carmen que escándalo!

Lo día internacional de hablarse portuñol fue un suceso admirable y muchos blogueros demuenstraron su criactibidad para inbentar palavras y maneras de escribirlas.

Jo tengo una confesión horríbel a hacer: no soy fluente en el portunhol escripto y peor aenda el hablado. Intenté porque soy una good sport.

Hasta la vista, beibies.

Conversa nutritiva e outros negócios

* Um amigo, tentando descrever como se sentiu ao sair do ambiente acadêmico:

– É difícil encontrar alguém com uma conversa nutritiva…

Adorei essa expressão. Acho que existe, sim, conversa nutritiva fora do mundo das torres de marfim (assim como existe caloria vazia lá dentro).

A conversa nutritiva é positiva, acrescenta alguma coisa. Não é falar de desgraça, não é vida de artista, não é buscar status a qualquer custo. Difícil definir, mas quando encontro alguém que diga coisas com “sustança”, trato de prestar bastante atenção.

* Não terminei de colocar os links no post aí abaixo e esqueci de várias pessoas mesmo, vou corrigir o erro em breve. O post-pai-de-todos-os-posts sobre o BarCamp é o do Nick Ellis, tem link para os outros blogs. Também omiti que o BarCamp é quase um congresso de física, uma disparidade de gênero absurda.

* Eu moro em uma cidade em que a gente não pode ir ao trabalho se chove.

* Casório no sábado!

* Frase do dia (me contaram): “Eu azaro você mesmo. Tenho que escrever isso em código binário para a nerdice em pessoa entender?”.

* Aguardem, da série “ela lê no metrô”: I know why the caged bird sings. Maya Angelou está dançando na minha cabeça com a Nina Simone e Ysaye Barnwell. Se o poder pega por osmose…

Barcamp: as gentes

(Os links vão ser acrescentados aos poucos, quis soltar logo o post antes de perder o pulo.)

Se eu estava querendo conhecer gente, “lavei a égua”, como diziam lá em Minas. Conheci algumas dezenas de pessoas, falei mais com umas que com outras, fui um pouco mais autista do que de costume mas me diverti. É claro que 98% das pessoas ali entendiam mais de tecnologia do que eu, então quando se falava das “massas” eu quase levantava a mão, mas mesmo assim tirei onda com a idade do meu blog e o meu username no gmail. Saldo positivo… Aí vai a ficha (mais ou menos) completa do povo:

André Avório. Fez a abertura explicando para nós-vatos o que é barcamp.
Beto Largman. É amigo da Bebel, para provar que o mundo é mesmo um ovo de codorna.
Cardoso e Caribé. Também não falei com eles. Mas eles falaram bastante.
Cris Dias e Anna Maron (que veio com a Clara só no chopp-pós-barcamp). Sou tiete declarada do Cris Dias e acompanho seu blog desde muito tempo, fiquei genuinamente feliz de conhecê-lo e à sua família.
Daniela Silva. Se ela (e outros) se empolgar pra organizar um greencamp eu dou apoio, só acho que eu não tenho cacife pra organizar.
Fabiano Caruso. Entre biblioteconomia e física, melhor biblioteconomia.
Fábio Seixas. Fã de fórmula 1. A Camiseteria dele é uma tentação até para as carmelitas descalças.
Fugita. Muito gente boa, sentei ao lado dele na palestra da MissMoura.
– Galileu. Não falei com ele mas sei que ele morou onde eu morei.
Ian Black. Prometeu – e não cumpriu – a discussão mais esperada do evento, “como blogar pra pegar mulé”.
Inagaki e Interney. (Não, não são um casal, porque ao que parece o Edney já tem um caso com o MrManson do Cocadaboa.) Não falei muito com eles mas ganhei os cobiçados cartões coolnex dos seus blogs!
– Ivo Neuman. Capixaba de ooonde?
Liana Brazil e Russ Rive. Falaram de suas instalações multimídia maravilhosas, que me lembraram as coisas do Daniel MV. A Liana virou musa instantânea dos blogueiros, porque é linda.
Ligeirinho. Tentou me vender o boobox mas não explicou direito o esquema da pirâmide…
Manoel. Conhece todo o povo da computação das antigas, inclusive o Mathiah, o Spharion e o Nalon, este último desenhista da bruxinha Maffalda.
– Marco Gomes. Mago do boobox. Descobri por acaso que também é adepto da simplicidade voluntária.
Marmota. Na verdade o nome dele é André, mas gostei do nome do blog.
MissMoura. Gostei da palestra, apesar de várias pessoas torcerem o nariz para o orkut foi muito interessante.
Nababu. Não conversei direito com ele mas acho que é amigo do Dudu, Haroldinho e cia ltda.
– Nick Ellis. O perfeito anfitrião, sorrindo e tentando fazer todo mundo ter a melhor experiência possível. Deve ter dado um trabalho absuuuurdo.
Patrícia. O blog dela é antenado e cheio de estampas. Santa Mistura!
Pedro. Partiu pra briga muitas vezes! O cara defende suas opiniões ferrenhamente (o que todo mundo deveria fazer e eu tenho preguiça de).
– Quental. Eu achava que o conhecia de algum lugar mas acho que é só um sósia hetero do Alberto, amigo da Teca. O Descolando é muito bonito e mais funcional do que o pick-a-prof e ratemyprofessor, mas isso de “dá pra colar?” tenho cá minhas reservas!
– Romullo. Chegou na hora do almoço. Parece muito divertido e fala mais do que a boca.
S1mone e Spark. Sorte imensa sentar perto deles na mesa do chopp, super simpáticos! O Spark me deu a dica de um sebo aqui na esquina da minha casa, vou visitar.
Viva. Conhece todo mundo da blogosfera e se interessa pelas amizades que se formam a partir dos blogs. Potencial infinito para conversas nutritivas.
– Wagner Tamanaha. Me contou sobre o hilário hareburger de Ipanema!

Lógico e evidente que devo ter esquecido de alguém.

O Nick Ellis organizou a desconferência muito, muito bem. A única coisa de que reclamei é mais um problema do respeitável público: o não-cumprimento dos horários, às vezes para conversas que nem eram tão produtivas assim, um tanto de chuva no molhado. O fato de ser uma conferência participativa e democrática desestimula a função de chairman, gente passando com sininho, etc, mas dava pra fazer um sistema em que todo mundo fosse responsável pelo tempo. Vou mais nisso e deixar pra outro post.

Agora tome de ler quiticientos posts no feed toda manhã. E claro, nariz torcido por nariz torcido, adotei o twitter que eu sempre desprezei só pra manter contato com o povo… O que a gente não faz pra hang out with the cool kids…

Desentupir o karma

Sei que a idéia hoje era postar sobre o barcamp, e depois eu posto, estou até usando a camiseta, mas agora mesmo a urgência é escrever para desentupir o karma como naquele filme Uncorked em que o cara é empurrado do trampolim. É isso, eu preciso ser empurrada do trampolim, pois depressão é constrangedoramente símile a falta de vergonha na cara. Não consigo fazer o que tem que ser feito. Está tudo tão ruim que meu pai acha que eu saio pouco e minha mãe pergunta sobre mocinhos só para ouvir que nem sei o nome do garoto lindo de morrer que se materializou ali e com quem nem falei. Será que agora consigo seguir em frente nesta tarde de segunda-feira, ou não?
Arre.

PS: Por quanto tempo o blog dá conta de ser meu querido diário? Pelo que eu vi no blogcamp blog tem que ter tema. E fazer dinheiro.

Blog Action Day

ambiente
do Lat. ambiente
adj. 2 gén., envolvente; que rodeia os corpos por todos os lados;
s. m., a esfera social em que se vive; o ar que se respira; tudo aquilo que envolve os seres vivos e as coisas.

Então deixe de lado por um momento essa noção de que “meio ambiente” é lá na Amazônia e melhore sua cidade, seu bairro, sua rua, sua casa e sua cabeça. Você vive em você – comece daí.

eu compro tendência, eu SOU tendência e tenho dinheiro! bu!

Corra lá para ler o post genial da Zel.

não compro nem camiseta com nome da marca escrito, acho um nojo. nem louca e bêbada eu uso uma bolsa toda estampada com a marca ou com aqueles Cs da chanel ou com aquelas placas-outdoors da prada, jesus me salve. precisa ser muito fútil e/ou babaca pra fazer questão de mostrar que usa a marca essa ou aquela. se você é minha amiga/o e faz esse tipo de coisa, disfarça e vamos fingir que nada aconteceu, tá? mas é fato: acho idiota e cafona.

Concordei de A a Z.

"Livro não é presente"

Outro dia li o post da Denise sobre o dia das crianças  e achei ótima sua sugestão de presentear os pequenos com livros. Neste feriado encontrei um casal de primos que têm duas filhas, de 10 e 8 anos. Eles disseram às filhas que "livro não é presente". Fiquei assustada quando minha mãe me contou isso, e ela explicou. Tanto a Bruna quanto a Marina adoram ler e pediram livros. O pai delas disse que elas tinham que pedir outra coisa porque livro elas têm que comprar quantos quiserem, muitos e à vontade; a única condição é que tenham lido os que compraram anteriormente.