Toca Raul!
Eu gostei daquela vez que tivemos o mesmo sonho com três dias de diferença, sem um ter contado pro outro. Era um elevador que andava na horizontal, e achamos que talvez pudéssemos estar com a sensação de estarmos sendo carregados.
Gostei de quando eu esqueci de levar o agasalho pro escritório e o meu chefe velhinho me emprestou uma japona de nylon grandona, e depois eu não lembro se fui eu ou ele quem apareceu com uma tirinha do woodstock e do snoopy sobre sentir frio.
Gostei daquele gringo que disse pra mim que quis vir aqui porque os alunos dele lá na terra distante eram imigrantes, e ele queria estar na pele de quem não fala um pingo da língua do país.
Gostei do dia em que um amigo e uma amiga, cada um de um canto diferente, se encontraram sem querer numa fila de bar e falaram de mim.
Gostei de ter conhecido um amigo online que virou offline e ele ter dito que meus olhos são de espartilho e não ter conseguido explicar.
Gosto muito de chegar em casa e ver tudo arrumado sabendo que se dependesse de mim ia estar uma bagunça.
Gostei de quando o meu pai me disse que dava apoio incondicional se eu quisesse mudar as coisas na minha vida, e gostei mais ainda daquela vez, antes, quando minha mãe disse a remesmíssima coisa. Eu escutei nas duas vezes.
Estou tentando me lembrar de coisas boas porque, sinceramente, senão não dá. Gosto quando dias ruins acabam.
(Estava salvo como draft desde agosto/2009, publiquei com alterações mínimas.)