Três raios de sol no meu cabelo e eu fico apaixonada de novo. Agora feito plantas, os cabelos, grandes e lisos como há muito tempo. E marca de biquíni. Marca de biquíni é essencial.

Começa o verão, de verdade desta vez. E eu não nego. Nêga.

     Mais uma vez, nas suas hesitações confusas, o que a tranqüilizou foi o que tantas vezes lhe servia de sereno apoio: é que tudo o que existia, existia com uma precisão absoluta e no fundo o que ela terminasse por fazer ou não fazer não escaparia dessa precisão; aquilo que fosse do tamanho da cabeça de um alfinete, não transbordava nenhuma fração de milímetro além do tamanho de uma cabeça de alfinete: tudo o que existia era de uma grande perfeição. Só que a maioria do que existia com tal perfeição era, tecnicamente, invisível: a verdade, clara e exata em si própria, já vinha vaga e quase insensível à mulher.

     Bem, suspirou ela, se não vinha clara, pelo menos sabia que havia um sentido secreto das coisas da vida. De tal modo sabia que às vezes, embora confusa, terminava pressentindo a perfeição ―

     de novo esses pensamentos, que de algum modo usava como lembrete (de que, por causa de perfeição que existia, ela terminaria acertando) ― mais uma vez o lembrete agiu nela e com seus olhos ainda escuros agora pelo pensamento perturbado, decidiu que veria Ulisses pelo menos mais esta vez.

Clarice Lispector, em “Uma aprendizagem, ou O Livro dos prazeres”, 18.ed., p. 25.

Não que eu tenha lido tudo, claro, mas as partes que eu li eram engraçadas.

De las aguas mansas líbrame Dios.

Fortune cookie:

The best profit of future is the past.

Aprendendo português.

Assistindo ao jogo Itália x Croácia:

– Como vocês chamam essa jogada? Capacete? Globinho?

– Ou é chapéu ou é balão, Gastón…

Aliás, chapéu e balão são a mesma coisa…

Ontem fomos buscar a Alicia no aeroporto. Antes do vôo dela, chegou um do Brasil. Tinha umas 5 ou 6 pessoas com camisa da seleção. Uma delas tinha uma cara conhecidíssima. Eu disse pro Gastón que era um sujeito famoso, mas eu não conseguia lembrar quem era. Fiquei me esforçando pra lembrar, e o Gastón perguntou: “Não é o Popó?”

Era.

Precisa um argentino pra me ajudar com essas coisas.

Tenho horror de brasileiro que vem pra cá e fica perseguindo feijoada e pagode, sem se conformar com as diferenças culturais (tô com preguiça de explicar), mas hoje às 10 da manhã eu dava meu reino por um pão de queijo!!