Tem palm? Então corre pra fazer download dos programas pra acompanhar a copa. O melhor é o Worldcup 0.6, mas o Copa 2002 apresenta os jogos no horário de Brasília.
PS: Depois vi que o Worldcup permite mudar o fuso horário…
Convoluta e Paramétrica
Tem palm? Então corre pra fazer download dos programas pra acompanhar a copa. O melhor é o Worldcup 0.6, mas o Copa 2002 apresenta os jogos no horário de Brasília.
PS: Depois vi que o Worldcup permite mudar o fuso horário…
Bala Juquinha é kosher. As coisas que a gente descobre nesta vida…
Mais produtos aqui.
Bem-aventurados os que não entendem nem aspiram a entender de futebol, pois deles é o reino da tranqüilidade.
Bem-aventurados os que, por entenderem de futebol, não se expõem ao risco de assistir às partidas, pois não voltam com decepção ou enfarte.
Bem-aventurados os que não têm a paixão clubista, pois não sofrem de janeiro a janeiro, com apenas umas colherinhas de alegria a título de bálsamo, ou nem isto.
Bem-aventurados os que não escalam, pois não terão suas mães agravadas, seu sexo contestado e sua integridade física ameaçada, ao saírem do estádio.
Bem-aventurados os que não são escalados, pois escapam de vaias, projéteis, contusões, fraturas, e mesmo da glória precária de um dia.
Bem-aventurados os que não são cronistas esportivos, pois não carecem de explicar o inexplicável e racionalizar a loucura.
Bem-aventurados os fotógrafos que trocaram a documentação do esporte pela dos desfiles de modas, pois não precisam gastar tempo infindável para fotografar o relâmpago de um gol.
Bem-aventurados os fabricantes de bolas e chuteiras, que não recebem as primeiras na cara e as segundas na virilha, como os atletas e assistentes ocasionais de peladas.
Bem-aventurados os que não conseguiram comprar televisão a cores a tempo de acompanhar a Copa do Mundo, pois, assistindo pelo aparelho do vizinho, sofrem sem pagar 20 prestações pelo sofrimento.
Bem-aventurados os surdos, pois não os atinge o estrondar das bombas da vitória, que fabricam outros surdos, nem o matraquear dos locutores, carentes de exorcismo.
Bem-aventurados os que não moram em ruas de torcida institucionalizada, ou em suas imediações, pois só recolhem 50% do barulho preparatório ou comemoratório.
Bem-aventurados os cegos, pois lhes é poupado torturar-se com o espetáculo direto ou televisionado da marcação cerrada, que paralisa os campeões, ou do lance imprevisível, que lhes destrói a invencibilidade.
Bem-aventurados os que nasceram, viveram e se foram antes de 1863, quando se codificaram as leis do futebol, pois escaparam dos tormentos da torcida, inclusive dos ataques cardíacos infligidos tanto pela derrota como pela vitória do time bem-amado.
Bem-aventurados os que, entre a bola e o botão, se contentaram com este, principalmente em camisa, pois se consolam mais facilmente de perder o botão da roupa do que o bicho da vitória.
Bem-aventurados os que não confundem a derrota do time da Lapônia pelo time da Terra do Fogo com a vitória nacional da Terra do Fogo sobre a Lapônia, pois a estes não visita o sentimento de guerra.
Bem-aventurados os que, depois de escutar este sermão, aplicarem todo o ardor infantil no peito maduro para desejar a vitória do selecionado brasileiro nesta e em todas as futuras Copas do Mundo, como faz o velho sermoneiro desencantado, mas torcedor assim mesmo, pois para o diabo vá a razão quando o futebol invade o coração.
Carlos Drummond de Andrade, in: “Boca de Luar“.
Outro texto que eu estava querendo publicar nestes últimos dias. Acho que era uma propaganda da Mesbla, que saiu na Veja antes de 89 (e eu recortei!). Amanhã é feriado aqui, o Memorial Day, dia de louvar os valorosos veteranos de guerra e, mais importante ainda, o começo oficial do verão.
Chegou o verão, e há o que sempre houve: casais que estremecem, confusões conjugais e extra, ansiedade esparsa, caju e abacaxi, viagens bruscas, suaves delíqüios, telefonemas esquisitos, noitadas vãs. Tudo isso é o verão, e o verão é a verdade do sol. Queimam-se as mulheres. Umas se fazem cor de cobre, outras se doiram, em outras repontam discretamente sardas ao longo do corpo, como estrelas ao crepúsculo. Reparem bem esta comparação: é obviamente ruim mas é tipicamente de verão, e o verão em si não é mau, nem bom, é a nossa profunda, verdadeira verdade.
Rubem Braga.
Hoje foi dia de arrumar a casa. Achei os textos que eu achava que não tinha trazido do Brasil mas tinha. Este aqui eu tirei de um livro de literatura, naquela parte que fala das cantigas de trovador e cantigas de amigo, e prova que amor à distância não é tão novidade quanto possa parecer…
Cantiga de Amigo
Com esta saudade, amigo,
que me faz triste e coitada,
já não vivo, e bem vos digo:
que seja a vossa morada,
amigo, onde me possais
falar, e onde me vejais.
Não posso, onde não vos vejo,
viver, bem o podeis crer;
e é tão grande o meu desejo
que peço: vinde viver,
amigo, onde me possais
falar, e onde me vejais.
Nasci num dia fatal:
por Deus, amigo, abrandai
a minha pena e meu mal;
eu vos suplico: morai,
amigo, onde me possais
falar, e onde me vejais.
– Senhora, eu irei morar
onde quiserdes mandar.
Apud C. Berardinelli. Cantigas de trovadores medievais em português moderno, p. 53.
Um achado dos bons: Mothern. Um blog de mães. Tem zilhões de histórias bonitinhas sobre os filhos, e uma ou outra narração das partes difíceis também. Vou lendo enquanto não crio coragem. Me consola saber que ter um blog é como ter um filho.
Leitores de segunda, estes que eu tenho. Ninguém me avisou que meus arquivos não estavam funcionando. Tô de mal.
Olha ela aí de novo, gente! Iansã total. Giulieta de vremeio.
Do Caderno Amarelo.
Livros para crianças, de acordo com a idade.
Até 2 anos: livros de plástico; Mãozinha feliz, Os bebês animais.
3 a 5 anos: Muitas ilustraçõas; Amigos, Contos Ilustrados.
5 a 6 anos: Pouco texto; Aprendendo a ler, coleção Mico Maneco.
6 a 8 anos: coleção Gato e Rato, Nicolau tinha uma idéia, O Menino Maluquinho, Marcelo Marmelo Martelo, Palavras Palavrinhas Palavrões.
9 a 11 anos: Monteiro Lobato, coleção Mitos e Lendas, A Fantástica Fábrica de Chocolates, A Bolsa Amarela, Bisa Bia Bisa Bel.
11 a 12 anos: João Carlos Marinho, O Pequeno Vampiro, Luana Adolescente Lua Crescente, Entre a Espada e a Rosa, Uma idéia toda azul.
13 anos em diante: Peter Pan – o livro, Uma vontade louca, Quem manda em mim sou eu.
Então, deixa eu falar da Felicity. A primeira temporada foi legal, porque se tratava de uma menina de 17 anos que estava saindo de casa pela primeira vez para freqüentar a mesma universidade em New York para a qual foi o bonitinho do colégio dela lá da Califórnia. Depois dessa, era compreensível que ela passasse a primeira temporada toda fazendo cagada, o que ela fez maravilhosamente bem, e era engraçado. Aí veio a segunda temporada e ela continuou: cortou o cabelo. Os ratings da série, que eram excelentes na primeira temporada, caíram que nem martelinho sem cabo e uma diretora da rede de tv que mostrava a série disse que estava terminantemente proibido para sempre alguém cortar o cabelo em um programa de sucesso. A partir daí, a Felicity ficou por um fio, e os fãs ficavam em suspense para ver, a cada nova temporada, se a série continuaria. Eu vi a primeira temporada inteirinha, quando morava lá na casa da D. Rosa, uma grande parte da segunda temporada, acho, e depois parei de acompanhar porque me mudei. O problema não era só o cabelo dela não, Dudu. A menina era instável, não ficava sem namorado, e quando tinha era sempre um desses dois caras: Noel ou Ben. E quando não tinha problema nenhum na vida dela, ela inventava. A típica “drama queen”! Chegou a um ponto em que a personagem mais interessante da série era a terapeuta dela!
Bom, mas aí chegaram ao quarto ano da série aos trancos e barrancos, o senior year. Os roteiristas resolveram inovar, e ao invés de fazerem o último capítulo na graduação, fizeram mais 5 episódios com uma espécie de “e se…”. Envolvia bruxaria, viagem no tempo e uma realidade alternativa. E conseguiram estragar tudo. Ela volta no tempo pra trocar de namorado, altera a forma como as coisas deveriam ser e fica mais alucinada ainda. Os caras não foram criativos o suficiente pra mudar os clichezões desse tipo de coisa: ela passa por um hospício (claro), e depois de algumas reviravoltas (5 episódios) ela acorda. Dã. Era tudo um sonho. Alguém aí já viu o Mágico de Oz? E depois que ela acorda, atacam de novela da Globo: termina com um casamento, a música por cima, os personagens em câmera lenta, rindo, dançando e se divertindo horrores. Me economiza.
E ainda por cima aparece uma personagem que devia estar morta e ninguém explica o que ela está fazendo lá.
Tudo bem. Acabou.