Você não, nego.
Não sei se quero te chamar de família.
Nossos mundos correm paralelos.
Só a música toca, se tanto.
(Feio isso de roubar os miolinhos de pão de João e Maria.)
Amor que não se manifesta vira calo.
Convoluta e Paramétrica
Você não, nego.
Não sei se quero te chamar de família.
Nossos mundos correm paralelos.
Só a música toca, se tanto.
(Feio isso de roubar os miolinhos de pão de João e Maria.)
Amor que não se manifesta vira calo.
Tirei da gaveta aquele colar de prata que a Ana trouxe de Barcelona pra mim. Estava oxidado, usei assim mesmo, em duas semanas ele poliu contra o meu corpo. Só a parte redonda, um círculo cortado ao meio pra me lembrar que a vida vai e vem, com marcas de mudança a cada tanto. Agora lancei mão do truque da pasta de dente para ajeitar o colar (rabo-de-elefante, diziam antigamente) mas continua um pouco pretinha. Imperfeita e linda, como anda tudo ultimamente.
As linhas entre o que é família e o que são amigos vai se borrando cada vez mais. Os amigos parece que estiveram sempre lá, o laço já não se desfaz tão facilmente.
Ninguém acredita quando conto da nossa amizade epistolar.
Eu mesma vejo uma versão de mim aumentada, descrita, mais doce por conhecer você, a amiga que mais me ensinou elegância nesta vida, o presente que eu ganhei aos poucos e nunca deixou de me maravilhar.
Hoje eu pincei no meu baú de palavras – numa conversa de fotografias – “esse é o querido do meu coração que um dia eu vou namorar” e depois revi em outros tantos papos o seu coração rolando ladeira acima na direção dele, e dali um pouquinho todo o sono e fome da vida se instalando em vocês dois.
Nunca esperava ter você tão perto, já vi o pequerrucho paquerento um par ou trio de vezes, espero ver muito mais.
Não, também não sei a que vem tudo isso. Lua, conhaque e gratidão. Minha lótus, minha estrela, amo você!
Era governanta na casa dos granfinos, vivia cansada mas fazia tudo sorrindo. Xingava o despertador, levantava e quase não via o tempo se esvair entre o cuidado das crianças – levar à escola, ao médico, conversar, assegurar, ensinar o ônibus, pagar o táxi – e as contas da casa, de que também cuidava. Telefonar para os amigos dos patrões, podemos levar as crianças amanhã para uma visita?, e morrer de medo que dissessem não, que seria dos pirralhos. Um pouco de novela, que ninguém é de ferro, e aí já não sobrava tempo para a depilação, o alisamento, as unhas meio tortas. Voltava para o marido no bairro distante e a felicidade quase inacreditável do abraço dele, um jeito de se perder de tudo. As amigas ligavam, cobravam, sábado nos encontramos, só as mulheres? A outra puxava pela culpa, você mudou, Gislene, não era assim, antes gostava de nós. Ela sorria e se desvencilhava como podia. A casa em constante desalinho, roupas pelos cantos, roupas por guardar, pratos na pia. Era feliz, enfim.
Queria um dia estar com a casa em ordem e sem preocupações de trabalho, assim o amante não ficaria tão esquecido.
O Desafio Change the Web terminou há quase um mês. Os ganhadores foram anunciados dia 28 de abril na Conferência da NTEN, uma rede incentivadora do uso correto e eficiente de tecnologia por entidades sem fins lucrativos. Foram eles:
Primeiro Prêmio ($5k) – Social Actions Interactive Map – por John Brennan
Segundo Prêmio ($3k) – Zemanta’s Related Social Actions for Bloggers por Jure Cuhalev of Zemanta
Terceiro Prêmio ($2k) – SquarePeg’s iPhone Application – por Dieterich Lawson & Isaac Holeman
Eu tinha escrito/traduzido quatro posts sobre a competição norte-americana:
Não competi porque não sou programadora, minha participação no desafio se limitou a escrever/traduzir alguns posts, fazer burburinho no twitter e fazer uma ponte entre os organizadores do concurso e alguns programadores brasileiros.
O retorno por esta participação voluntária veio na forma de novos contatos e interação com velhos amigos.
O organizador do concurso e a coordenadora de voluntários, Joe Solomon e Romina Oliverio, foram super atenciosos. O Spark e a Tatiana revisaram minhas traduções e posts. O Inagaki e a Nat Rosin ajudaram a divulgar a informação. O Diego Remus também esteve conversando sobre aplicações sociais com seus colegas da Amanaiê e é cheio de idéias. O Pedro Markun, como sempre, deu o maior apoio.
E, recompensa das recompensas, o mineiro Edmar Ferreira ficou entre os finalistas com sua Democracia 2.0.
Foi bacana, também, observar uma ação em funcionamento. Várias coisas foram acertadas, a meu ver:
O que eu acho que funcionou mal no desafio:
No Brasil acho que tem um monte de desenvolvedores que se interessariam por desafios assim. O prêmio em dinheiro é um incentivo óbvio, mas também existe uma galera sedenta de oportunidades de aprendizado mesmo, cheia de vontade de colocar a mão na massa e exercitar a criatividade.
Seria legal ter um concurso que desafiasse o pessoal a desenvolver aplicativos sociais para orkut, facebook e blogs, facilitando doações e voluntariado junto a entidades idôneas. Seriam legais muitas coisas, idéias abundam! Se tiver alguma, comente ou mande um email para mim, por mais mirabolante que seja – estamos acostumados…
“Aprende piano porque quando você for moça e ficar triste vai poder sentar ao piano e fazer música.”
Não, tia, desisti do piano. Agora quando bate uma tarde que é manhã em outros lugares e as minhas antenas de bruxa captam tudo, tudo o que é decepção e desapontamento na vida dos outros e temperam e transformam tudo, tudo o que é vida e mudança e crescimento, o que é desejo e pulsar e o que é tão fora de lugar que fica até engraçado, tudo, tudo isso vira um emaranhado de palavras que saem como saem e eu tropeço nelas, tia, eu tropeço tanto que nem ia chegar ao piano, eu tropeço e eu engasgo sentindo em inglês e xingando em espanhol, eu perco as palavras embaixo do travesseiro e dos lençóis revirados e eu as encontro de novo no terceiro café do dia, e nessa barafunda eu não consigo catar as roupas e botar numa mala, tia, porque me falta tino, e eu tenho que me contentar em mediunizar o alheio. Eu não faço música, eu faço confusão e ouço canções.
O caminho da simplicidade não é um só. Quando alguém decide que quer uma vida simples, tem que também decidir o que é simplicidade. Aqui vai uma adaptação de “Garden of Simplicity“, por Duane Elgin.
Aviso aos navegantes: quem estiver disposto a participar de um blog colaborativo sobre simplicidade voluntária ou quiser discutir mais sobre o assunto, venha conversar comigo, please!
Apesar de ter certeza absoluta de que vou morrer depois dos 95 anos, sempre leio por aí que é importante se preparar para essa hora. Além de fazer um testamento e diretivas de saúde em caso de incapacidade, é preciso também cuidar do destino da vida virtual.
Alguns dos meus amigos e conhecidos já têm falado nisso há tempos. O Inagaki escreveu sobre o que tem acontecido com os perfis e blogs de pessoas falecidas. O Markun jura que em alguns anos vão ser comuns velórios virtuais. Eu, particularmente, não consigo imaginar essa mistura de streaming com cerimônia fúnebre, mas se forem ao meu, por favor contem piadas! E a Simone já fez o inventário dela há muito tempo, e pediu uma página 404 rosa.
Eu só vi “de perto” três instâncias desse dilema. Uma vez googlei, de bobeira, um conhecido que já não via há tempos, e descobri que ele tinha falecido. Dei a notícia para o nosso amigo em comum – para quem ele tinha sido muito importante – e vi que os amigos dele fizeram uma página “memorial virtual”. Achei feio. Deu a impressão que algumas pessoas estavam competindo para ver quem escrevia o depoimento mais emocionante.
Minha prima, que se declara analfabeta digital, perdeu o marido e continuou usando o endereço de email dele. O enteado reclamou, disse que toda vez que recebia uma mensagem dela achava que o pai tinha baixado no centro espírita. Ela finalmente mudou de email uns três anos depois.
E uma amiga nossa perdeu o marido tragicamente – eram recém casados e ele morreu durante o sono. Ela usou o orkut e msn dele para alertar os amigos e prometeu a si mesma e à família dele não mexer em nada do perfil dele. Ela também aceita os testimonials de amigos saudosos e escreveu no próprio blog sobre a dor imensa de vê-lo ir assim de repente.
Por essas e outras eu quis pensar em um jeito de deixar bem claro o que eu quero ou não depois que eu cantar pra subir.
Método:
As instruções:
Acho que as minhas maiores preocupações são não deixar muitas decisões a serem tomadas pelas pessoas queridas, e evitar que os amigos desperdicem nos testimonials e scraps da vida um sentimento que poderia ser melhor usado se direcionado à minha família.
Mas enquanto estou viva, cheia de graça, talvez ainda faça um monte de gente feliz…
O que é assunto de mulher, o que é assunto de homem?
O que é assunto de mãe, o que é assunto das outras?
Criança tem que falar com adulto?
Sexo, beleza, moda, culinária, maternidade, saúde, feminismo são futilidades ou coisa séria?
Dá pra pensar a vida grande a partir das coisas pequenas e cotidianas?
Quem-pariu-mateus-que-embale ou precisa-um-povoado-pra-criar-um-filho?
Só pode falar de fralda quem lava as sujinhas de xixi e cocô?
Ah, e podem-se compartilhar as escatologias e dores, ou só se falam de flores?
Existe vocação pra tia?
Aquele lance de ecofeminismo já saiu de moda?
Por que a gente tem tanto medo da energia feminina?
O que é que a gente tem pra esconder dos olhares masculinos? O pior? O melhor?
O espelho de Vênus tá servindo pra reflexão?
Alguém me traz um cosmopolitan que eu preciso pensar.
Traduzi rapidamente o original em inglês, avisem se encontrarem erros.
Notem que o prazo para envio de apps é curtíssimo! Vou tentar também agitar um encontro aqui no Rio para conversarmos.
Comentários, sugestões, já sabem: @maffalda.
Social Actions finalmente anunciou o Desafio Change the Web!
Observação: Você pode submeter suas aplicações no site da NetSquared aqui.
O desafio Change the Web da Social Actions quer desenvolver ferramentas inovadoras para que as pessoas encontrem e compartilhem oportunidades de ação em sites, blogs e redes sociais que visitamos diariamente.
O desafio é patrocinado por PayPal, Convio, TakePart, e Challenge Your World.
Social Actions (ganhadora do N2Y3) criou uma base de dados aberta com mais de 60.000 ações de mais de 40 sites – incluindo GlobalGiving, Change.org, DonorsChoose.org, Kiva.org, Nabuur, TakingITGlobal, Idealist.org, e VolunteerMatch. Agora eles querem ver essas ações por aí – em sites, blogs e redes sociais que milhões de pessoas visitam todos os dias. Da próxima vez que você estiver inspirado para fazer a diferença, as oportunidades de agir estarão a um clique de distância.
Para entender melhor o que queremos dizer, veja algumas das aplicações web que já usam a API da Social Actions:
Os organizadores do desafio querem que você invente uma nova ferramenta para que as pessoas encontrem e compartilhem ações. Qualquer dispositivo ligado à web pode ser um lugar para conectar a ações: seu iPhone, sites de notícias e blogs, Facebook e outras redes sociais, ou mesmo seu próprio website! O que você vai criar?
Já mencionamos os US$10.000 em prêmios?
Saiba mais:
Como funciona:
Social Actions está facilitando este desafio para encorajar inovação da distribuição de oportunidades para fazer a diferença através da internet e dispositivos móveis. Através de voto público na NetSquared Community, 20 finalistas serão escolhidos. Um painel de juízes selecionados pela Social Actions selecionará os três vencedores entre os 20 finalistas. O anúncio será na NTEN’s Nonprofit Technology Conference, dia 28 de abril de 2009. Os ganhadores receberão prêmios em dinheiro de $5.000 (primeiro lugar), $3.000 (segundo lugar), e $2,000 (terceiro lugar).
Indivíduos e organizações estão convidados a compartilhar seus projetos com a comunidade através do formulário de submissão da NetSquared. Para concorrer aos prêmios, todas as submissões devem: 1) ser completamente funcionais quando do começo das votações, 2) incluir uma licençaopen-source, e 3) usar a Social Actions API.
Como submeter aplicações:
Quatro passos simples:
Regras e orientações:
Certifique-se de ler cuidadosamente as Rules and Guidelines.
Datas:
Galeria de Projetos:
Para ver os participantes, confira Project Gallery.
Frequently Asked Questions:
Leia as Frequently Asked Questions.
Critérios de julgamento:
Leia os Judging Criteria.
Quer ajudar? Contacte:
Joe Solomon
Director of Social Actions’ Change the Web Challenge
Email: joe at socialactions dot com
Tel: (415) 683 6185
Quer ajudar ou perguntar sobre o desafio aqui em Terra Brasilis? Contacte:
Maffalda
Enxerida Profissional
Email: maffalda at gmail dot com
Twitter: @maffalda