Desafio Change the Web – lançamento oficial 23 de fevereiro

O lançamento do desafio Change the Web foi adiado por uma semana – a NetSquared prometeu começar o desafio segunda-feira, 23 de fevereiro. Você poderá apresentar projetos, oferecer feedback e promover mudança social na rede!

Nesta semana, o pessoal da Social Actions vai se movimentar para envolver todo mundo no desafio:

  • Criando um hub de idéias onde você pode submeter e votar sugestões para ajudar as pessoas a achar e compartilhar ações na web.
  • Publicando uma agenda de eventos e encontros e uma ‘Change the Web Conversation Series’ para discutir como usar plataformas específicas – Facebook, Twitter e iPhone – para o bem.
  • Espalhando notícias e novidades no My.SocialActions, no Grupo Change the Web no Facebook, e no Twitter.
  • Coordenando ações com bloggers, mídia, e patrocinadores.
  • Trabalhando com o Brattleboro Collective & Social Actions Developers para melhorar a API Social Actions e informações para desenvolvedores.

Eles também vão colocar o logo novo e o press release no SocialActions.com/changetheweb.

Estou pensando em fazer um encontro Change the Web aqui no Rio depois do carnaval. Se você tem interesse em participar ou quer promover um na sua cidade, por favor contacte-me via twitter (@maffalda) ou email (heloisa no gmailpontocom).

Para contactar o diretor do desafio diretamente, o email é Joe@SocialActions.com.

Links:

Siga o Change the Web no Twitter.
Inscreva-se no Facebook Group Change the Web.
Assine o RSS feed do Change the Web.
Junte-se ao Grupo de desenvolvedores Social Actions.

O site oficial do desafio (en).
Mais informações para desenvolvedores (en).
Perguntas e respostas (en).
Press release (en).
Perguntas e respostas (pt)
Prévia das regras (pt)
Press release (pt).

One, two, one two three four.

Algumas coisas:

  1. SEMPRE fico de mau humor no domingo, principalmente à noite (e é quando estou escrevendo isto).
  2. Não tenho televisão, por opção. Descobri que não consigo mais assistir tevê sem fazer outra coisa e não consigo prestar atenção. Gosto de filmes e poucas séries, que assisto no computador. Não sinto falta da tv no dia-a-dia.
  3. Vivo na internet. Acho que sou viciada.
  4. Dispenso carro, casa grande, ar condicionado, sacolinhas de plástico, compras freqüentes, produtos de marca e a maioria dos gadgets. Meu conceito de luxo é diferente, e no papel sou classe D.
  5. Vejo os meus amigos “da internet” com freqüência.
  6. Sou mais de chopp que de boate.
  7. Sou mais de passeio que de praia.
  8. Sou mais de visita do que de saída, mas visita no Rio não é tão comum.
  9. Gosto de livros como objetos, gosto de ler, mas não li tudo o que queria dizer que li.
  10. Gosto mais de adolescente que de criança.
  11. Não quero ter filhos.
  12. Não sei dizer não direito. Quero aprender.
  13. Gosto de barulho de chuva e flores comuns.
  14. Gosto de beber, mas não gosto de ficar bêbada.
  15. Não trabalho numa área diretamente ligada à minha formação e tento achar isso bom, apesar de ser difícil de explicar. E não acho que o meu trabalho atual é pra sempre, vou ser uma dessas pessoas que têm muita história pra contar no fim da carreira.
  16. Não aprendi direito a dirigir, andar de bicicleta ou nadar.
  17. Com fome fico a pessoa mais enjoada do mundo.
  18. Quando criança passava muito mal viajando de carro. Acho que é por isso que só passei mal de beber uma vez na vida, odeio a sensação.
  19. Detesto que chutem minha cadeira.
  20. Sou alérgica a camarão, poeira e picadas de insetos, além de 10 outras coisas. Se uma formiga me morder eu entro em choque anafilático (já aconteceu).
  21. Minha família é imensa, e as histórias povoam as conversas como se o tempo não existisse.
  22. Acho ótimo quando pensam que sou mais nova.
  23. Sou filha de primos, nascida de uma mãe que sofreu radioterapia quatro anos antes de me conceber e achava que era estéril. Minha prima me chama de bomba de cobalto.
  24. Meu sotaque é indefinível, mas todo mundo pensa que sou mineira.
  25. Acho que listas não me definem.

Mais setenta coisas.
Luxo. Luxo. Lixo.
Atores.
Canções. Canções.
Sobre listas.

Change the Web = Mude a Rede!

Estou divulgando o desafio Change the Web voluntariamente, depois de ter participado de uma teleconferência com a Romina Oliverio (@_romi). (Ultimamente todos os meus posts começam com “eu estava no twitter e…”.) Já comecei a tarefa com os dois posts aí abaixo, traduzidos do material de imprensa e discussões deles. Agora explico sobre as regras (que ainda não saíram oficialmente) e por que os desenvolvedores brasileiros têm que participar do desafio.
Funcionando nos EUA e Canadá, a Social Actions é uma organização sem fins lucrativos cujo objetivo é facilitar a ação cidadã na rede. Eles fazem isso agregando as informações de mais de 40 outros sites que contêm oportunidades de voluntariado, doações, petições, etc. São mais de 60 mil maneiras de fazer a diferença. Agora, com o concurso Change the Web, eles querem incentivar a criação de web-apps baseadas na API deles.

Provavelmente os usuários finais das web-apps criadas serão dos EUA e Canadá, pois essas 60 mil oportunidades cadastradas são voltadas para o público de lá. Aqui no Brasil, quem está interessado em fazer trabalho voluntário ou fazer doações deve consultar os sites Voluntários, o Portal do Voluntário, Filantropia e Rio Voluntário, entre outros. Que eu saiba, não há uma busca unificada, nem é tão fácil doar online via paypal ou cartão de crédito, e é trabalhoso checar a idoneidade de organizações. Quem sabe no futuro teremos um site único para oportunidades desse tipo.

Mesmo que o Change the Web não seja voltado para usuários brasileiros, os desenvolvedores brasileiros podem e devem participar do concurso de aplicações web. Existe uma chance real de ter um ganhador brasileiro, na minha opinião. E mesmo que você não ganhe o concurso, ganhará experiência (“programar é grátis”, já disse o sábio Marco Gomes) e terá oportunidade de trocar idéias com outros desenvolvedores. Além, é claro, de deixarem a tia Maffalda super orgulhosa. Fiz tanta propaganda para eles sobre vocês que se ninguém se inscrever vai ser um vexame.

O regulamento sai dia 16 de fevereiro, segunda-feira, mas o Joe Solomon (@engagejoe), diretor do desafio, já me adiantou algumas informações por alto:

Três vencedores serão escolhidos, e o anúncio será dia 28 de abril na NTC Conference.

As apps serão julgadas nos quesitos Inovação, Usabilidade e Potencial.

Inovação:
– A aplicação é uma nova solução para ajudar as pessoas a encontrar, compartilhar e/ou agir?
– O uso da Social Actions API é inovador?

Usabilidade e Experiência do Usuário:
– A aplicação é fácil de usar?
– O usuário é encorajado a usá-la muitas vezes (é “sticky”)?
– Qual a relevância da aplicação? Ela apresenta ações de alto valor para o usuário?

Potencial de mudança:
– Quantos usuários ela alcança? Se é feita para uma plataforma específica (Facebook, Twitter, Drupal) ou site (NYtimes.com, etc), quão popular é a plataforma ou site?
– A aplicação tem uma estratégia de marketing viral ou viável?
– A aplicação permite crescimento, é “escalável”? Pode ser adaptada a outras plataformas?

O desafio está aberto a indivíduos, grupos, organizações comerciais ou não, organizações governamentais ou não, dentro ou fora dos EUA. Os indivíduos participantes devem ter mais de 18 anos e os grupos devem ter um representante também acima de 18 anos de idade para ser contactado pela organização. Essa pessoa deve aparecer primeiro no formulário de inscrição.

Vinte projetos serão pré-selecionados.

Todas as submissões devem ser aplicações web completamente funcionais para concorrerem. Apps que estejam embedded ou linkadas devem ter funcionalidade antes da votação pública em abril de 2009.

Todas as aplicações submetidas ao Desafio Change the Web têm que se utilizar, total ou parcialmente, da Social Actions API, uma base de dados de mais de 60 mil ações de mais de 40 fontes diferentes.

Todas as submissões devem usar uma licença open source para serem consideradas para o prêmio. Toda a propriedade, inclusive intelectual, permanecerá sob domínio do ganhador.

Quem quiser ir se preparando para o desafio pode entrar na comunidade http://groups.google.com/group/social-actions-dev/. Lá você encontra outros desenvolvedores e informações sobre a API.

Daqui em diante, estarei empenhada em encher a paciência da galera brasileira para participar e fazer a ponte entre os desenvolvedores interessados e os coordenadores do desafio, se precisar, além de ajudar a navegar as informações um pouco dispersas sobre o concurso. Publicarei o link para o regulamento mas não o traduzirei na íntegra. Boa sorte a todos!

Competição online tenta mudar o mundo mudando a web.

O desafio Change the Web, da Social Actions, vai criar ferramentas para que cidadãos sejam ativistas onde quer que estejam na rede.

Desenvolvedores web que entrarem no desafio Change the Web ajudarão a melhorar o mundo e terão uma chance de ganhar US$10 mil em prêmios.

Social Actions, uma iniciativa sem fins lucrativos, está lançando o desafio em 15 de fevereiro de 2009 para facilitar a criação de ferramentas inovadoras para ajudar na divulgação e busca de oportunidades de ação em sites, blogs e redes sociais que as pessoas já visitam diariamente.

Os competidores construirão aplicativos web que se apóiam na base de dados aberta da Social Actions, contendo mais de 20 mil ações concretas que podem ser realizadas em váreas áreas – de mudanças climáticas e educação ao genocídio em Darfur.

“Conectando pessoas a ações de alto impacto sobre as quais elas não saberiam de outra forma, esperamos criar explosões de mudanças por todo o mundo”, diz Peter Deitz, fundador da Social Actions.

A Social Actions já agrega oportunidades para fazer a diferença de 30 plataformas online, incluindo Volunteer Match, Kiva.org, DonorsChoose.org, GlobalGiving, Idealist.org, Nabuur, Care2, ThePoint e Change.org. Os criadores do concurso esperam que as ferramentas criadas pelo desafio Change the Web farão com que os usuários da web encontrem e participem mais facilmente de campanhas de captação de recursos, microempréstimos, petições, oportunidades de voluntariado e outros projetos de mudança social criados por organizações sem fins lucrativos e indivíduos.

“Imagine que você está lendo uma história sobre moradores de rua no nytimes.com e aparece um popup com a oportunidade de ser voluntário no abrigo mais próximo – isto é um exemplo do que queremos inspirar com o Change the Web. Fazer com que as ações estejam a um clique de distância pode ser crucial para fazer as pessoas realmente agirem.”, diz Joe Solomon, diretor do desafio Change the Web.

O desafio Change the Web procura engajar desenvolvedores web, blogueiros e benfeitores online de todos os tipos para transformar a web. Mamie Webb, membro da comunidade Social Actions e co-CEO da TechSoup Global, já modificou uma extensão do Firefox para permitir que qualquer pessoa consulte a base de dados de oportunidades da Social Actions apenas marcando uma frase em qualquer página. Depois que todas as submissões forem recebidas, os membros da comunidade e um painel de juízes decidirão quem são os ganhadores.

Lucy Bemholz, do blog Philanthropy 2173, escreve que iniciativas como o Change the Web são essenciais em tempos de pouco dinheiro. “Colocar ações onde quer que as pessoas estejam. Deixar que elas estejam a um clique de distância de trabalhar, doar, assinar petições ou qualquer outro tipo de ação social de onde quer que estejam online, do celular, ou de qualquer lugar. Fazer da web uma web filantrópica. Toda essa facilidade pode ajudar as pessoas a doarem.”

O desafio Change the Web se apóia no sucesso das competições online de inovação social tais como The American Express Card Members Competition, The Case Foundation’s Giving Challenges, Ashoka’s Open Sourcing Solutions, The Knight News Challenge, Advanta’s Ideablob Competition e o NetSquared Mashup Challenge.

“Muito mais do que um desafio quebra-cabeças para os muitos magos digitais e ativistas que rondam a rede… é também a possibilidade de criar (e sustentar) uma grande onda de ação humanitária, que finalmente moldará como a web é usada por sua audiência, maximizando o impacto de campanhas de mudança social”, diz a blogueira Romina Oliveiro no We-Magazine.net.

O desafio será lançado em 16 de fevereiro de 2009. Mais informações podem ser achadas em www.ChangetheWeb2009.com.

Change the Web – mais informações

Visão: Criar um concurso que incentive centenas de novas apps tal que as pessoas sejam facilmente levadas a oportunidades de agir, não importando em que parte da rede estejam.

O desafio: Desenvolvedores competem por US$10,000 em prêmios dados às melhores aplicações que recolham e distribuam dados na API da Social Actions.

Cronograma: Lançamento dia 16 de fevereiro. A competição acontecerá ao longo de 12 semanas e os vencedores serão anunciados dias 26-28 de abril.

Seleção dos ganhadores: Vinte finalistas serão selecionados por voto aberto (como no desafio N2Y3) e um painel de juízes decidirá os três ganhadores.

Que tipo de apps esperamos? Isto será completamente determinado pela inspiração dos desenvolvedores! É provável que haja apps para Facebook e iPhone, assim como twitter e wordpress.

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ALGUMAS PERGUNTAS

Vocês estão esperando ou encorajando algum tipo especial de apps, e como vocês vão lidar com apps que conectam a dados mais “fechados”.

Nosso lado é aberto, claro, e o outro lado sempre pode ser fechado, mas qualquer um pode usar a API para qualquer tipo de aplicação e submeter ao concurso. Facebook, Ning, OpenSocial – tudo depende do que empolga a comunidade de desenvolvedores. Nós não ditamos que tipos de apps serão construídas, mas vamos continuar encorajando outras comunidades, como a do iPhone.

O desafio parece centrado na América do Norte até agora. Eu gostaria de ver mais juízes internacionais e outras coisas que fariam um concurso realmente internacional.

Definitivamente temos o objetivo de ser internacionais e poliglotas. Quanto à API, Wokai (China) está entrando, estamos encorajando RSS feed do GiveIndia, e estamos falando com Greater Good South Africa e outros. GlobalGiving, Kiva, e NABUUR já trazem ações internacionais para a API. Para o desafio, por favor dêem sugestões do que poderíamos fazer para estimular um concurso global. É importante atrair desenvolvedores ao redor do mundo.

O prêmio é para uma app que funcione ou para a melhor idéia, ou ambos?

Nós queremos apps completamente funcionais. Teremos um mini-concurso separado para votar em boas idéias, e encorajamos os desenvolvedores a buscarem aí boas idéias, mas o desafio mesmo é para recompensar apps completamente usáveis.

Nossos parceiros na plataforma adorariam que os aplicativos resultantes do desafio incluíssem os dados que são mais importantes para nós: o tempo e as ferramentas para atender às requisições de voluntários, por exemplo. Quais são seus planos para enriquecer os dados acessíveis na API Social Actions, para que os aplicativos que a usam sejam mais relevantes?

Nós temos que divulgar que o microformato Open Actions está disponível — com 16 tipos de dados mais comuns a todas as plataformas — e que as plataformas agora têm a opção de usar isto, ou o RSS. Também esperamos que o desafio incentive o uso do microformato Open Actions nas plataformas.

O widget “Related Ways to Take Action” se baseia exclusivamente na relevância de palavra-chave, ou ele usa os datapoints da API Social Actions?

Ele usa exclusivamente relevância de palavras-chave. Estamos trabalhando para incorporar a possibilidade de votar as ações positiva ou negativamente, compartilhá-las com amigos, e outras funcionalidades que possam ser colocadas em um feed de ações sociais de alto impacto.

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O site oficial do desafio (en).

Mais informações para desenvolvedores (en).

Estas questões e outras (en).

Press release (en).

Press release (pt).

Post na We-Magazine (en).

No twitter: @changetheweb, @socialactions.

Eu estou fazendo a divulgação em português, com ajuda graciosa de @dj_spark e @natzrosin. Se quiser se juntar a nós ou perguntar alguma coisa, é só procurar @maffalda!

Queria ir embora
antes que fosse o dia da colheita.
Ir embora para
que não culpem
a minha presença
pelos poucos cereais
deste ano.
Queria ir embora
a pé, mesmo, levando
um cachorrinho cotó
que me segue sempre –
não sei por quê.
É isso. Vou embora
amanhã. E se eu
sair ao meio-dia – e posso
sair ao meio-dia, ninguém
vai reclamar nem me
perguntar nada – ninguém
vai dar falta de mim.
O único que vai me castigar
é o sol. Não ligo!
A sombra eu deixo pro
cachorro cotó, se ele
não desistir de me seguir.
Quando se der a colheita,
estarei longe, mas alguém
há de se lembrar que
na semeadura eu estava
presente.
E dirão que as
sementes não vingaram.

17/12/94
(Tenho achado papéis velhos.)

Sejamos nós os nós.

Post requentado do Simplim, em homenagem ao Campus Party da semana passada. Se quiser comentar, por favor faça-o no post original, de 25/06/08.

Este é um texto sobre comunidade, ou melhor, o senso de comunidade. Ele deveria começar com um parágrafo sobre como só as pessoas do interior/de antigamente/os nossos avós sabiam o que era a boa vizinhança, e espinafrando as invenções modernas/a pressa/as grandes cidades porque reforçam a noção de individualidade e ninguém mais tem tempo para nada.

Mas isso é só parcialmente verdade. As redes sociais (no sentido sociológico-acadêmico-offline-enquanto-conceito) andam baqueadas, mas as pessoas ainda pertencem a grupos. Os amigos do futebol, da academia, do trabalho, os coleguinhas os filhos, os vizinhos de prédio, a galera do twitter e os ex-colegas de faculdade formam comunidades que, mesmo informais, têm laços mais ou menos firmes. E repare que em todas elas tem sempre os agitadores, os

Thank you falettinme be mice elf

Escrever não enche barriga, dizia eu para mim mesma com o estômago roncando. Mas aí lembrei do espaço vazio que era pra ser a minha cabeça, quer dizer, era pra eu anotar o que vai pela mente e fica parecendo o quê? – no mínimo que pensei pouco e vivi muito, só parte verdade.

Eu já não falo mais de bebês, não é, amor?, ela disse enquanto fazia sons irreprodutíveis para a criança em seu colo, e o marido teve vergonha de responder pra não perder a amiga.

Uso sempre algo vermelho no reveillon para ter quem esquente meus pés, e eu literal à vera escolhi vermelho nos sapatos. Agora qual a simpatia para todas as viradas de ano serem tão incríveis? 2009 promete.

Você é classe D, não tem carro nem tevê nem casa própria. E se for questão de escolha, posso ser classe média iluminada? Rica de espírito?

Lá é tão deserto que você vê um espelho e fica puto, tenho inventado lugares tranqüilos com uma freqüência absurda, e obviamente nesses lugares não chegou a famigerada reforma ortográfica, graçadeus.

Infinito foi esse minutinho que passou agora, e essas coisas não ficaram registradas porque são de foro íntimo, embora os telhados testemunhem gritos pelados toda hora. Gritos pelados é uma expressão do espanhol, veja bem, não será coincidência que o amor traga de volta pedaços reciclados para quererte, abollarte y comerte a besos…

Da transferência de dados

Leia Jane Austen e voce terá uma idéia de como era a paquera da Inglaterra de sua época. Olhares, visitas, bailes, cartas, livros de poesia lidos em voz alta, recados, piqueniques e alguns diálogos cheios de sentidos e intenções eram tudo com que jovens amantes contavam para determinar compatibilidade e caminhar rumo a um matrimônio que tinha que durar

Щелкунчик

Falando de mudança, organização e vida simples com o Ivan LP, ele falou que sua esposa Leila ainda tem sapatilhas de balé guardadas. Eu respondi que eu também tenho, nem tendo sido uma bailarina tão dedicada quanto a Leila. É o cheiro, a textura e a lembrança. Balé é uma coisa apaixonante pelos detalhes que não se vêem na tv.

Fazia tempo que eu não via balé clássico ao vivo, mas matei um pouco da vontade no Quebra Nozes do Rio Sul. O shopping fez uma promoção dando dois ingressos para o balé, e como o Municipal está em obras as apresentações foram no próprio Rio Sul. Para ganhar ingressos, bastava gastar R$1200 em compras de Natal – coisa que meus hábitos de carmelita descalça não permitiriam – ou ser amiga de pessoas influentes. Aí vão minhas impressões…

O lugar: O estacionamento do Rio Sul vem sendo invadido há anos por mais e mais lojas (eu sou do tempo em que só tinha o quarto piso, e a Company era lá). Desta vez foi um auditório que foi montado ali, com direito a tapete vermelho para o público e tudo. Ficou confortável e acomodou todo mundo.

O público: Além da imprensa, havia muitos convidados e alguns tuiteiros: @roneyb, @claudiamello, @renata_lino, @pathaddad, @leocabral, @dj_spark. Dalal Achcar – lenda em pessoa, eu tenho uma amiga que trocou de colégio só pra ter mais tempo de fazer balé na academia dela – e Carla Camurati estavam lá também, vendo a primeira apresentação do próprio espetáculo. Todo mundo se comportou bem, menos a mãe que deixou a criança falar o espetáculo inteiro e aquela que atendeu o celular durante a apresentação. Ou serão a mesma pessoa? Já não me lembro, ainda bem.

O balé: A história é conhecida e linda. Eu tinha visto só uma vez, há muito tempo. Se não me engano, apresentaram a maior parte do segundo ato com pelo menos um número do primeiro ato intercalado, o da Colombina.

Os figurinos: Acho figurino de balé uma delícia, com todos aqueles exageros de brilhos e cores e frufrus. As fantasias eram corretíssimas, só fiquei triste porque a bailarina da dança árabe recebeu uma roupa dourada que se destacava pouco contra a pele dela, as acompanhantes tinham mais destaque em verde escuro.

O cenário: Valha-me D’us, é a única coisa que eu vou criticar com força. Poderiam ter achado uma solução simples que não fosse um painel com um monte de doces desenhados e escrito “Terra dos Doces” em letras fofinhas. Ficou parecendo festa infantil. A gente perdoa, a gente perdoa, por causa do próximo item.

Os bailarinos: Procurando bem, todo mundo tem pereba, só a bailarina é que não tem. A que fez a dança espanhola é minha preferida, mas o corpo de baile é do Municipal e se apresentou fazendo bonito. Eu me diverti vendo a força e a técnica, imaginando o treino que é preciso para saltar sem barulho, ser levantada no ar pelas costelas e sorrir o tempo todo. Bonito demais.

Adorei ter tido a oportunidade de ver esse espetáculo e, como bem lembrou a Patrícia Haddad, é louvável que um shopping premie com cultura ao invés de sortear carros e cacarecos – até porque essa promoção não dependia de sorteios.

Como eu me faço de fina mas no fundo sou jeca mesmo, depois da apresentação arruinei uma entrevista com a Carla Camurati bem atrás de mim porque comecei a bater palma durante uma conversa. Dizem que o olhar dela pra mim foi fulminante…